PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PORTADORES HIV/AIDS DO SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA ESPECIALIZADA DA REGIÃO NOROESTE DO PARANÁ

Janaina Alves Guilherme, Ely Mitie Massuda, Mirian Ueda Yamaguchi

Resumo


Quase três décadas depois do início da epidemia de HIV/Aids, cerca de 78 milhões de pessoas foram contaminadas com o HIV e aproximadamente 39 milhões de pessoas morreram de doenças relacionadas com a Aids. Desde o início da epidemia no Brasil foram registrados no país 798.366 casos até julho de 2015. As regiões brasileiras que apresentam as maiores concentrações dos números de notificações foram as regiões Sudeste e Sul, correspondendo respectivamente a 53,8% e 20,0% do total de casos identificados. Desde 1984, ano do primeiro caso de Aids no estado do Paraná, foram registradas 28.800 notificações de portadores de HIV/Aids, o que representa cerca de 3,8% do total em todo o país. O Paraná ocupa sexto lugar em número de casos HIV/Aids no Brasil, no entanto a incidência dos casos de Aids estabilizou a partir de 2002. O padrão de transmissão sexual da Aids vem mudando. Inicialmente, a Aids foi considerada uma doença que atingia preferencialmente a população de homossexuais masculinos. A situação epidemiológica no Brasil é resultado de uma profunda desigualdade social, revelando epidemias de múltiplas dimensões que vem, ao longo do tempo, sofrendo transformações significativas em seu perfil epidemiológico. Objetivo: Verificar o perfil epidemiológico dos portadores do HIV/Aids cadastrados no Serviço de Assistência Especializada (SAE) da região Noroeste do Paraná. Método: Estudo transversal, analítico e quantitativo realizado no SAE de Maringá, centro de referência em atendimento aos portadores do vírus HIV/Aids dos 30 municípios da 15ª Regional de Saúde do Estado do Paraná. A coleta de dados foi realizada por meio de um formulário estruturado com questões relacionadas ao perfil sóciodemográfico. A análise estatística foi realizada utilizando-se o pacote estatístico Statistical Software Analysis. Resultados: Dos 301 usuários que utilizaram o serviço de assistência especializada, 42,2% dos participantes eram sexo feminino e 57,9% masculino. Verificou-se que 40,2% dos entrevistados encontravam-se na faixa etária  30 a 45 anos e que 37,5% tinham segundo grau completo, 40,5% eram casados e 75,0% afirmaram orientação sexual heterossexual. A incidência de casos entre os heterossexuais foi a que mostrou maior aumento, influenciado pela expansão da epidemia entre as mulheres.  Considerações finais: Concluiu-se que dentre os pacientes portadores do vírus HIV/Aids atendidos no serviço público de referência de Maringá eram predominantemente do sexo masculino, casado, heterossexual e com bom nível de instrução. A identificação do perfil dos portadores do vírus HIV/Aids da 15ª Regional de Saúde do Estado do Paraná sugere a necessidade de ações de educação para a prevenção da Aids por meio da conscientização desta população específica.

Palavras-chave: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida; Epidemiologia; Assistência Ambulatorial; Perfil de Saúde.


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