O OLHAR DA GESTANTE EM RELAÇÃO ÀS ORIENTAÇÕES REALIZADAS SOBRE A VIA DE PARTO DURANTE O PRÉ-NATAL

Eliete dos Reis Carvalho, Sonia Silva Marcon, Rute i Grossi Milan, Bruna Rafaele Milhorine Greinert

Resumo


Introdução: As Políticas de saúde voltadas à mulher as quais compreendem os principais ciclos da vida, visa um atendimento integral e humanizado. Com o objetivo de promover a saúde e reduzir os índices de mortalidade materna e infantil foi criada a Rede Cegonha que é uma estratégia do Ministério da Saúde e se configura como um novo modelo de atenção à saúde da mulher e da criança até os 24 meses de vida. Foi evidenciado que os menores índices de mortalidade perinatal correspondem aos países com índices de cesarianas abaixo de 15%, conforme recomendado pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 1985). Entre os países que estão com as taxas de cesária mais elevadas acima de 50%, encontra-se o Brasil, as quais vêm aumentando gradativamente nos últimos anos. São necessários estudos sobre as expectativas em relação ao tipo de parto desejado pelas gestantes e se orientações acerca da via de parto são acessíveis a esse público e realizada pelos profissionais de saúde. Buscou-se verificar se as gestantes atendidas em Unidade Básica de Saúde recebem orientações sobre a via de parto durante a gestação e sua relação com o desejo do parto. Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa e exploratória com coleta de dados primários.  As participantes foram 16 mulheres no 3º trimestre de gestação que realizaram pré-natal pelo Sistema Único de Saúde, na cidade de Maringá – PR. Foram incluídas no estudo gestantes primíparas com idade entre 18 e 40 anos. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um roteiro de perguntas aplicado por meio de entrevista semiestruturada, contendo: dados sociodemográficos e o objetivo do estudo, as entrevistas foram gravadas, transcritas e organizadas para análise. Os dados foram levantados na Unidade Básica de Saúde do Guaiapó/Requião na cidade de Maringá após aprovação do comitê de ética em pesquisa, sob o parecer Nº. 1.445.307 e assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Resultados: As gestantes relataram em (n11) que não receberam nenhum tipo de informação sobre a via de parto. Ao serem questionadas se gostariam de ter alguma orientação ou informação de um profissional de saúde, responderam afirmativa que sim. Estas mulheres, em seus discursos, demostraram o interesse e a curiosidade em saber mais sobre o parto, fato identificado quando era perguntado sobre qual o benefício que elas viam para si e para o seu bebê no parto que desejavam ter. Algumas mulheres não souberam o que responder e apresentaram sinais de constrangimento e vergonha por desejarem um parto e não saberem a importância dessa escolha para a sua vida e a do seu filho. Em relação à via de parto desejada, nove gestantes desejavam o parto normal, seis o parto cesárea e somente uma não tinha uma opinião formada. Para algumas gestantes, a escolha do parto cesárea era simplesmente pela possibilidade de não sentiram a dor do parto normal e essas informações eram advindas principalmente pelo conhecimento popular, do seu convívio social, pois pareciam ser, naquele momento, as únicas fontes de informações a respeito do tipo de parto que possuíam. Somente duas gestantes relataram ter recebido orientação de um profissional de saúde, destas, apenas uma disse ter participado do curso de gestante fornecido pela Unidade Básica de Saúde, bem como do oferecido pela maternidade de referência em companhia do seu esposo. Percebe-se que a gestante a qual participou dos cursos se encontra muito segura sobre a sua escolha da via de parto, pois afirma com precisão que deseja o parto normal, indo além, relatando em sua fala quais os benefícios deste parto para o seu bebê e para a sua recuperação. Considerações finais: Pode-se inferir que a falta de orientação realizada por profissionais da saúde durante a gestação pode ser um fator relevante na escolha da via de parto para a mulher. Nota-se que a gestante se sente segura ao ser bem informada sobre as possibilidades de parto e seus benefícios para a sua saúde e a do seu bebê. Neste sentido, é de suma importância que as ações dos profissionais de saúde estejam voltadas para a promoção da saúde materno-infantil, visando a diminuição dos índices de cesarianas.

Palavras-chave: Gestante; Orientações; Parto; Promoção da Saúde.

 


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