DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS DOENTES DE TUBERCULOSE EM UM MUNICÍPIO DO SUL DO BRASIL

Luize Barbosa Antunes, Dagoberta Alves Vieira, Jéssica Oliveira Tomberg, Jenifer Harter, Martina Martins, Roxana Isabel Cardozo-Gonzales

Resumo


Introdução: A tuberculose permanece como um importante agravo de saúde pública no âmbito nacional e internacional. No estado do Rio Grande do Sul o coeficiênte de incidência da tuberculose, em todas as formas, permanece próximo aos 45 por 100.000 habitantes, maior que a taxa. Nesse contexto, a detecção precoce dos casos por meio da identificação das pessoas com sintomas da tuberculose na forma pulmonar torna-se uma estratégia importante no controle da doença e interrupção de sua cadeia de transmissão. Nesse sentido é fundamental a identificação do local de moradia das pessoas com tuberculose no município, a fim de fornecer informações das possíveis áreas geográficas de ocorrência da doença e desse modo subsidiar as ações de planejamento dos profissionais e gestores. Objetivo: Identificar a distribuição geográfica das pessoas em tratamento em um ambulatório de referência em tuberculose de acordo com o bairro de moradia no município de Pelotas/RS. Método: Estudo descritivo, de corte tranversal. Vincula-se à pesquisa multicêntrica intitulada “Atenção primária à saúde na detecção de casos de tuberculose em municípios prioritários do sul do Brasil: desafios e investimentos em estratégias de informação” CNPq/40/2012. O estudo foi realizado no município de Pelotas/RS, considerado pelo Ministério da Saúde prioritário para as ações de controle da doença. Participaram do estudo pessoas em tratamento para tuberculose no Programa Municipal de Controle da tuberculose no município de Pelotas. A análise dos dados foi realizada por meio de distribuição de frequências relativas e absolutas no software Statística da StatSoft®. O projeto obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Enfermagem da UFPel (n° 211.201). Resultados: A amostra do estudo foi composta por 97 pessoas para tuberculose, sendo a maioria do sexo masculino (60,8%), solteiros (60,8%), com ensino fundamental incompleto (70,1%). A média de idade dos participantes foi de 40 anos. Quanto à cor da pele, a maioria dos entrevistados declarou-se branca (55,6%). O bairro com o maior número de residentes foi o Areal, correspondendo à 16,5% da amostra, seguido do centro (13,4%), Três Vendas (11,3%), Fragata (10,3%) e Navegantes (10,3%).Foram citados outros 13 bairros como local de moradia dos participantes do estudo, no entanto estes obtiveram baixa prevalência na amostra (entre 1 e 5%. Ainda, essa informação não foi respondida por 5,2% dos entrevistados. Considerações finais: Identificou-se diferenças entre os bairros no que se refere a distribuição geográfica por bairro de moradia das pessoas em tratamento no Programa Municipal de Controle da tuberculose. Os resultados apresentados demonstram a necessidade de realizar novos estudos que contemplem as características sanitárias e sociais dos bairros. A fim de identificar os fatores associados à distribuição geográfica da doença no município, visando o desenvolvimento de estratégias baseadas na realidade de cada localidade, fortalecendo ações de detecção oportuna dos casos de tuberculose pulmonar nos territórios.

Palavras-chave: Tuberculose; Epidemiologia; Saúde Pública; Distribuição Geográfica.


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