CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE COMO FERRAMENTA DE ATENÇÃO INTEGRAL NO ESTÁGIO DE FISIOTERAPIA EM SAÚDE COLETIVA

Éboni Marília Reuter, Lisiane Lisboa Carvalho, Miriam Beatrís Froemming, Sabrina Luciane Camara Guerreiro, Tania Cristina MalezanFleig

Resumo


O curso de Fisioterapia, através dos Estágios na Saúde Coletiva no município de Santa Cruz do Sul, RS, foi pioneiro na inserção do fisioterapeuta nos Programas de Saúde da Família, com a implantação do programa de educação, promoção, prevenção e reabilitação em saúde na comunidade. Conhecer a demanda local permite o planejamento das ações e potencializa a reflexão do acadêmico na atenção primária. Objetivo: Traçar o perfil de morbidade e de funcionalidade a partir da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (ICF), das pessoas assistidas pelos estagiários da fisioterapia junto às equipes de Saúde da Família. Método: Foram coletados e analisados dados de118 pessoas assistidas pelos estagiários do Curso de Fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul, no território de quatro Estratégias de Saúde da Família, nas modalidades ambulatorial e visita domiciliar. O período considerado foi o primeiro semestre de 2016. As informações foram agrupadas em três categorias por áreas de concentração: neurofuncional, musculoesquelética e cardiorrespiratória. Para a funcionalidade e incapacidade foi relacionado o checklist estendido da ICF, sendo selecionados os dados dos componentes funções (b) e estruturas (s) do corpo e suas respectivas categorias codificadas. Os dados serão apresentados em frequência relativa, por sexo. Resultados: Os resultados mostram predominância feminina (63%) e de idosos (52%). Ambos os sexos apresentaram como condições prevalentes as lesões musculoesqueléticas (mulheres: 74%; homens: 45%), com as categorias (b420) ‘pressão sanguínea’ (mulheres: 39%; homens: 52%) e (s410) ‘sistema cardiovascular’ (mulheres: 28%; homens: 30%). Entre as mulheres também podemos destacar os domínios (b2801) ‘dor localizada’ (32%) e (b730) ‘força muscular’ (30%); (s720) ‘região do ombro’ (22%) e (s750) ‘extremidade inferior (perna, pé)’ (19%). No sexo masculino, embora não seja a condição prevalente, a área neurofuncional apresentou uma frequência de 39%, sendo os mesmos domínios da ICF representados nas categorias (b7300) ‘força de músculos isolados ou grupo de músculos’ (39%), (b710) ‘mobilidade das articulações’ e (b770) ‘funções relacionadas ao padrão de marcha’ (34% cada); (s7501) ‘estrutura da perna’ (34%) e (s7502) ‘estrutura do tornozelo e pé’ (30%). Considerações finais: Os resultados encontrados permitem que os estagiários da fisioterapia reorganizem suas atividades juntamente com as equipes, atuando nas diversas faixas etárias, tanto nas disfunções relacionadas ao trabalho e causas externas quanto nas doenças crônicas não transmissíveis, podendo promover ações terapêuticas preventivas, buscando garantir o aprimoramento da atenção multiprofissional e interdisciplinar junto às equipes de saúde que assistem à comunidade adstrita.

Palavras-chave: Fisioterapia; Saúde Coletiva; Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde; Atenção Primária.


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.