OFERTAS E ADAPTAÇÕES DE SERVIÇOS DE SAÚDE MENTAL À POPULAÇÃO T DE PORTO ALEGRE EM MEIO A PANDEMIA DE COVID-19
Resumo
Historicamente a população transsexual e travesti possui dificuldades no acesso à serviços de saúde física e mental, nas esferas pública e privadas, devido a preconceitos de outros usuários ou de profissionais que trabalham nesses locais. Partindo desta problemática, criou-se um espaço específico para o atendimento especializado e humanizado, seguindo as diretrizes do SUS, voltado ao acolhimento da população T de Porto Alegre. Este local encontra-se filiado ao serviço-escola da PUCRS desde dezembro de 2020, e os atendimentos ocorrem em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da cidade. Desta forma, este trabalho tem o objetivo de elucidar, através de um relato de experiência, sobre a grande procura da população trans a este serviço de saúde e a dificuldade de encaminhamento destes usuários e usuárias para outros locais especializados em acolhimentos de saúde mental. As dificuldades relatadas giram em torno do histórico de queixas relacionadas a preconceitos e discriminações direcionadas à população T (transsexuais e travestis), e a diminuição de ofertas de locais de saúde mental durante a pandemia de COVID-19. Como resultados deste processo, houve a ampliação dos serviços de saúde mental na UBS, onde este estágio foi realizado. O processo possibilitou maior número de acolhimentos, encaminhamento de alguns usuários para a modalidade online ou de psicoterapia breve, além do desenvolvimento de grupos de apoio e de convivência para estes indivíduos, garantindo direitos e a qualidade de vida para esta população.
