EXPERIÊNCIAS DE LINGUAGEM: ENTRE A TRADIÇÃO ORAL EM LÍNGUA ALEMÃ E A EXIGÊNCIA DA EDUCAÇÃO ESCOLAR EM LÍNGUA PORTUGUESA

Letícia Laura Sehn, Felipe Gustsack

Resumo


A pesquisa teve como objetivo estudar e problematizar, a partir de uma abordagem qualitativa, bibliográfica e empírica, como o educador encara e encaminha pedagogicamente os problemas decorrentes de relações com educandos cuja cultura está fundada na tradição oral em Língua Alemã frente às exigências da educação escolar em Língua Portuguesa. Para tanto, procurei identificar aspectos positivos do fato de uma criança que chega à escola saber falar mais que uma língua; problematizar e compreender aproximações possíveis entre o pensamento da criança nativa da tradição oral em língua alemã diante da forma de aprender na escola uma outra língua que lhe é posta como nativa. Procurei, também, identificar o grau de dificuldade da escola em receber e estabelecer relações educativas com uma criança nativa da língua alemã. E, finalmente, procurei observar e dialogar com integrantes de comunidades nas quais se mantém a tradição oral em língua alemã, visando compreender como percebem esses processos. As bases teóricas foram Freire (1978), Kreutz (1994), Veyne (1995), Foucault (2008) e Veiga Neto (2004). Além disso, também lancei mão de documentos da imigração alemã para o Brasil, traçando seu percurso histórico. As conclusões destacam dificuldades tanto da escola e seus atores no sentido de acolherem e realizarem atividades pedagógicas com crianças nativas da tradição oral em língua alemã, quanto destas para se sentirem incluídas e atendidas nos seus desejos de aprender. Na perspectiva social, vale destacar o enriquecimento da cultura brasileira a partir da imigração alemã, como também de outros povos, a partir dos seus costumes, saberes, conhecimentos e experiências linguageiras de convivência.


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