DA INVISIBILIDADE ÀS POTENCIALIDADES DOS BEBÊS E DAS CRIANÇAS BEM PEQUENAS: AÇÕES AUTÔNOMAS E BRINCAR LIVRE

Elissandra Parnow, Sandra R. S. Richter

Resumo


Esta monografia apresenta uma escrita reflexiva a partir do estudo bibliográfico em torno das potencialidades dos bebês e das crianças bem pequenas a partir de suas ações autônomas e o brincar livre. O amplo objetivo é compreender a importância da ação pedagógica com bebês na creche na qual a ação educativa do adulto acolhe suas diferenças de tempo e de linguagem no mundo. Mais especificamente, o estudo se detém conceitualmente na ação autônoma dos bebês e na ação de brincar livre com brinquedos não estruturados para apresentar argumentos que permitam afirmar sua importância educativa na diversificação e densificação de experiências de aprendizagem na creche. Nessa abordagem, torna-se importante considerar que os bebês e as crianças bem pequenos participam do mundo com os adultos e podem realizar ações por si sós, sem a interferência direta e intervencionista constante do ensino adulto. A intenção é estudar argumentos que permitam realizar o deslocamento da invisibilidade dos bebês e crianças pequenas na pedagogia para a visibilidade da relevância educacional das experiências de linguagem na primeira etapa da Educação Básica. Esse deslocamento exige à docência na creche assumir a compreensão de que bebês e crianças pequenas são capazes, em suas ações autônomas, de interagirem e de estabelecerem interlocuções, aqui e agora, com outros, consigo mesmos e com o mundo. Nesse movimento de estudos e reflexão, a escrita dialoga com alguns temas pautados pelas políticas públicas para a Educação Infantil, legislação educacional e ação pedagógica com bebês e crianças pequenas a partir de autores como Maria Carmen Barbosa, Sandra Richter, Anna Tardos, Judit Falk, Elinor Goldschmied; Sonia Jackson, Paulo Fochi e Carolina Gobbato. A cotidiana experiência de brincar livremente favorece a constituição de sentidos que situam os bebês na co-existência com os adultos no mundo comum. Justifico o estudo realizado pela importância da Educação Infantil como primeira etapa da educação básica ser definida como “educação” e não como “ensino”. A tendência escolar do esquecimento dessa dimensão, em detrimento do aceleramento nos processos de ensinar “conteúdos” que prepararam para o Ensino Fundamental, permitem constatar a ausência de estudos em torno da relevância educacional da experiência lúdica nas concepções de infância, nos discursos sociais, nas pesquisas, nas políticas e nas ações pedagógicas.


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.