O projeto de extensão "Arquitetura e Saúde: arquitetura para PcD" integra áreas da arquitetura, engenharias e saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul com o objetivo de conhecer, promover e integrar a Pessoa com Deficiência na comunidade, buscando o conhecimento destas no seu relacionamento com os espaços, auxiliando as famílias no processo de reinvenção do espaço doméstico propiciando autonomia, independência à PcD e contribuir para o processo de transformação social, buscando a melhoria da qualidade de vida destas na comunidade. Através de uma abordagem etnográfica, este projeto busca estabelecer reflexões, diagnósticos e respostas para muitas questões, resumindo-as em: Como vive a PcD? Para encontrar a resposta para essa e todas as questões que a englobam, a vivência, o conhecimento, a documentação, o registro da realidade vivenciada junto a essas pessoas tornam-se o suporte deste trabalho. Os objetivos do trabalho consistem em elaborar um projeto de arquitetura acessível para a Pessoas com Deficiência Física, na inclusão cidadã da PcD e sua família, proporcionando uma melhor qualidade de vida e saúde objetivando sua autonomia e vida independente. Nos estudos de caso dos associados da Aspede – Associação Santa Cruzense de Pessoas Portadoras de Deficiência Física – e dos pacientes da Clínica de Fisioterapia da Unisc, em Santa Cruz do Sul, vivenciamos suas realidades individuais de vida diária, documentamos seus relatos de vida, como lidam com o espaço e relações que estabelecem com a cidade, medimos as dependências da casa, os móveis, fotografamos e filmamos essas atividades. Com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida e saúde às PcD, realizamos reflexões junto aos mesmos e ao seu grupo familiar, com sugestões de modificação no layout das residências, na altura de móveis, buscando intervenções mínimas, com um menor custo possível objetivando uma melhor qualidade de vida e autonomia dessas pessoas. Aprofundamos nosso relacionamento com as PcD, e com os profissionais dessas áreas, através de aproximações da vida diária, para poder contribuir com reflexões e adaptações necessárias às suas residências, objetivando mais autonomia e independência, consequentemente a melhoria da qualidade de vida das PcD. Este projeto aponta direções no sentido da necessidade de um processo reflexivo e educativo com a PcD, sua família e com a comunidade, um resgate da função social do arquiteto, que busca socializar novos conhecimentos, estimulando a capacidade de pensar sobre os problemas, alimentando a comunidade acadêmica com a noção de participação social, interdisciplinaridade, proporcionando a formação integral dos acadêmicos por meio da inserção na realidade social. Sensibilizando os participantes sobre as necessidades espaciais e ambientais da diversidade humana, valorizando o papel da arquitetura junto a equipes multidisciplinares na prevenção de problemas de saúde pública, propiciando uma visão mais humanística da profissão da arquitetura e sua função social, para a produção de uma arquitetura inclusiva que, além das barreiras físicas, elimine as barreiras sociais, culturais, políticas e burocráticas.