A TRIAGEM COMO MOMENTO DE ESCUTA CLINICA NO SERVIÇO DE REABILITAÇÃO FÍSICA NÍVEL INTERMEDIÁRIO

Emelin Braga Webster, Estefane Machado Rocha, Luana da Silva Kern, Rosangela Cruz

Resumo


 

O presente trabalho consiste no relato da experiência em triagem no Projeto de Extensão Serviço de Reabilitação Física Nível Intermediário (SERFIS). Entende-se por triagem o processo de avaliação de pacientes com relação aos pré-requisitos clínicos, sociais e afetivos que viabilizam a sua participação no programa terapêutico. A triagem costuma ser a porta de entrada dos pacientes nos serviços de saúde. Através da experiência com este tipo de atividade percebeu-se que na prática consiste em um momento muito significativo de interação e intervenção. Desde que o Serviço de Reabilitação passou a funcionar através do convênio firmado com o Ministério da Saúde para o processo de reabilitação e com a Secretaria Estadual da Saúde para Dispensação de Órteses e Próteses, tornando-se referência para os 64 municípios da Região dos Vales do Estado do Rio Grande do Sul, percebeu-se que devido ao fato de muitos usuários virem de municípios distantes, a triagem passa a ser para muitos o único momento no serviço antes de adquirir o dispositivo de que necessitam. Torna-se um momento crucial de escuta sensível do que se passa no universo do paciente, onde se deve oportunizar a compreensão do seu processo naquele momento, realizar as orientações e os devidos encaminhamentos caso possam contar com os tratamentos de que necessitam em seus municípios de origem, pois o serviço se estrutura através da constituição de uma rede de serviços de referência e contra referência. O objetivo do Serviço é programar e executar um projeto terapêutico individual aos usuários amputados e portadores de necessidades especiais. Como a Reabilitação é um conceito amplo, não diz respeito somente à dimensão física, ela é muito mais ampla, se dá numa perspectiva de atenção integral em saúde e, portanto envolve minimamente os familiares e cuidadores. A triagem é uma das atividades exercidas pelos bolsistas do serviço, é realizada em um dos cinco turnos do projeto, geralmente por dois bolsistas, sendo eles estudantes dos cursos de psicologia, fisioterapia, nutrição, enfermagem, serviço social e medicina. Além de ser uma etapa fundamental do tratamento como já foi dito anteriormente, é um momento que possibilita aos estudantes de seis cursos a oportunidade desenvolver a escuta clinica tão importante para os aprendizes devido a diversidade de situações que encontram, pois várias habilidades são postas em exercício, como: relacionar os conhecimentos de diversas disciplinas, compreender a dinâmica de funcionamento que o paciente apresenta, tomar decisões quanto as orientações necessárias, saber quais encaminhamentos são pertinentes, etc. Percebeu-se que esse momento tornava-se mais rico quando estavam presentes mais de um bolsista e de cursos diferentes para que um deles pudesse buscar as informações necessárias com professores e outros colegas enquanto o outro dava prosseguimento com o paciente, o que representa para a formação acadêmica, maior preparo para o trabalho em equipe.

 


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