CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA E RISCO DE DOENÇASCARDIOVASCULARES EM IDOSOS ATENDIDOS NAS VISITAS DOMICILIARES
Resumo
Atualmente o acúmulo de tecido adiposo na região abdominal mostra-se como um forte indicativo de risco de doenças cardiovasculares. O estudo IDEA (Dia Internacional para Avaliação da Obesidade Abdominal, no original em inglês, International Day for the Evaluation of Abdominal Obesity), demonstrou que a circunferência abdominal é um melhor preditor de resultados das doenças cardiovasculares que o índice de massa corporal. Os primeiros resultados deste grande estudo de mais de 170.000 pessoas indicam que a medida abdominal está associada às doenças cardiovasculares, independentemente da relação que o índice de massa corporal tenha com o risco de doença cardiovascular, sem considerar idade ou geografia. O objetivo do presente estudo foi avaliar a circunferência abdominal (CA) e consequente o risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares em idosos em acompanhamento domiciliar, por uma equipe multidisciplinar do projeto de Extensão Promoção do Envelhecimento Saudável: adultos e idosos com risco para doenças metabólicas. Todas as visitas seguem um roteiro nas quais são coletados dados sobre: medidas antropométricas (CA), exame físico e avaliação psicológica, ingestão alimentar utilizando o recordatório de 24 horas, exames bioquímicos, medicamentos, fatores que interferem no cumprimento das orientações e o Mini Exame do Estado Mental. Foram avaliados 23 idosos de ambos os sexos, sendo 65% (15) (51-88 anos) do sexo feminino e 35% (8) (61-89 anos) masculinos, todos residentes na cidade de Santa Cruz do Sul, no estado do Rio Grande do Sul. Todos os pacientes foram submetidos à avaliação da circunferência abdominal através da avaliação antropométrica, segundo as padronizações da International Society for Advancement inKinanthropometry-ISAK (fita métrica flexível e inelástica - CARDIOMED). O presente estudo adotou os pontos de cortes preconizados por Lean (1995), de acordo com o grau de risco para doenças cardiovasculares: risco aumentado= CA>80 cm para mulheres e CA>94 cm para homens; e risco muito aumentado= CA>88 cm para mulheres e CA>102 cm para homens. A tabulação dos dados foi feita no programa Excel 2000. Observou-se que 80% dos idosos encontram-se em risco para doenças cardiovasculares. Foram apresentados valores médios de CA de 93cm entre os idosos do sexo masculino e 112 cm entre idosos do sexo feminino, classificando-os com risco aumentado e risco muito aumentado, respectivamente. As doenças de maior frequência nos pacientes deste estudo foram patologias degenerativas como doenças respiratórias, neoplasias, Obesidade, Mal de Alzheimer, AVC, muitas vezes associado a outras morbidades como hipertensão arterial, Diabetes Mellitus. Este resultado denota maior vulnerabilidade para desenvolvimento de doenças do coração entre as mulheres, embora não esteja descartado risco entre os homens. Considerando a tendência crescente do sobrepeso e obesidade na população brasileira, principalmente em mulheres e a sua associação com fatores de risco cardiovasculares reforça-se nesse estudo, a necessidade de intervenções precoces visando à redução da massa corporal total, em especial a gordura central em idosos. Ressalta-se a importância de implantações de um acompanhamento nutricional, bem como a implantação de programas de atividade física em espaços públicos da cidade para a população de idosos a fim de possibilitar uma medida de intervenção eficaz para promoção da saúde nesta população.
Apontamentos
- Não há apontamentos.