MAPA INTELIGENTE: PLANEJAMENTO EM AÇÕES DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DO SUL
Resumo
O mapa inteligente é um instrumento para o planejamento que tem como objetivo melhorar a qualidade no serviço de saúde. Ele define as microáreas de abrangência da Unidade de Saúde da Família (USF) e é alimentado por ações de territorialização que coletam informações geográficas e de saúde obtidas no diagnóstico da comunidade. O resultado da territorialização é de fundamental importância para a vigilância em saúde, para planejamento, execução e acompanhamento das atividades na comunidade, como por exemplo, para a elaboração de um roteiro para visitas domiciliares. Na Estratégia de Saúde da Família (ESF) - SENAI, os acadêmicos do PET – Saúde/Saúde da Família contribuíram na organização e confecção do mapa inteligente e as informações das famílias foram alimentadas pelas Agentes Comunitárias de Saúde. O PET – Saúde é um Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde que visa proporcionar mudanças na graduação, para formar profissionais preparados para trabalhar no Sistema Único de Saúde (SUS) através da participação em atividades nas USFs. Criado e financiado pelo Ministério da Saúde e Educação e produzido pela parceria da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) com a Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Sul, o PET – Saúde/ Saúde da Família é desenvolvido em seis USFs do município. Este projeto tem caráter multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial, integrando acadêmicos bolsistas e voluntários dos cursos das áreas da saúde e humanas, seis preceptores da Secretaria Municipal da Saúde, um professor tutor e uma professora coordenadora. Para a construção do mapa inteligente, inicialmente foi definido um roteiro para coleta de dados pelos acadêmicos. Optou-se por utilizar mapas existentes de cada microárea produzidos pelo Setor de Geoprocessamento da Prefeitura. Em seguida foi-se a campo conferir a disposição física dos domicílios e acidentes geográficos relevantes, coletar informações sobre a comunidade como dados epidemiológicos, sociais e também físicos. Para identificar as informações de saúde, foram utilizados alfinetes de cores diferentes, padronizadas para todas as USFs do município identificando hipertensos, grupos de risco, diabéticos, acamados, alcoólicos, epiléticos, pacientes com necessidades especiais e obesos. Também foram identificados no mapa físico: difícil acesso, ponto de táxi, ônibus, empresa/comércio, áreas de risco de desmoronamento, risco de alagamentos, áreas de lazer e sociais, entidades religiosas e culturais, informações sociais (beneficiários de programas assistenciais), entre outras. O mapa inteligente qualificou a problematização das questões passíveis de intervenções da equipe da USF facilitando avaliação, planejamento e definição de prioridades, além de facilitar a comunicação entre a equipe e novos integrantes e colaboradores. Além disso, a confecção do mapa inteligente propiciou aos acadêmicos trabalharem de forma interdisciplinar, o exercício do diagnóstico da comunidade e o acionamento de ações intersetoriais para o enfrentamento dos problemas que interferem na produção social do processo saúde-doença, extrapolando a assistência à saúde.
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