FREQUENCIA CARDÍACA E PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO (BORG): UM ESTUDO COMPARATIVO DAS RESPOSTAS A UM TESTE DE ESFORÇO DE INDIVÍDUOS ATLETAS E NÃO ATLETAS

Angelina Neves Selli, Pauline Louise Kaercher, Hildegard Hedwig Pohl, Miriam Beatris Reckziegel

Resumo


 

Escalas de esforço percebido foram criadas com o objetivo de estabelecer relações entre a percepção subjetiva de esforço, dados objetivos de carga externa ou de estresse fisiológico, sendo resultado da integração de sinais aferentes provenientes tanto dos músculos esqueléticos, quanto do sistema cardiorrespiratório. A escala subjetiva de esforço relaciona os diversos níveis do exercício com a frequência cardíaca, traduzindo-se em um aspecto muito prático de controle da intensidade da atividade física, podendo adotar uma posição importante nos programas de treinamento, como parâmetro para a monitorização da intensidade do exercício. A frequência cardíaca é uma das variáveis mais utilizadas no controle da intensidade do esforço, principalmente devido a sua facilidade, sendo utilizada também como uma das principais variáveis fisiológicas relacionadas ao controle e prescrição dos exercícios. O objetivo deste estudo, de caráter descritivo-comparativo foi relacionar as respostas da percepção subjetiva de esforço (PSE) com a frequência cardíaca (FC) em um teste de esforço, utilizando o protocolo de Bruce, com grupo de indivíduos atletas e não atletas. Foram avaliados 40 sujeitos do sexo masculino, de 18 a 30 anos de idade, sendo 20 atletas da modalidade futsal e 20 indivíduos não atletas, avaliados no projeto de extensão, “Avaliação Funcional para a Comunidade” da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Os dados foram coletados, através da Escala de Borg de percepção do esforço e da frequência cardíaca monitorada ao final de cada estágio de um teste ergométrico na esteira. Os dados foram classificados segundo a Tabela da Escala de Borg original, que pontua de 6 a 20 os níveis de esforço físico. Os testes foram antecedidos de uma anamnese para identificar os hábitos cotidianos dos participantes, quando se deu a assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido. Os resultados apontam que existe relação da resposta da frequência cardíaca com a escala subjetiva de esforço (Borg) de sujeitos atletas e não atletas, submetidos ao protocolo Bruce. Durante todo o teste, os valores médios da Escala de Borg ficaram muito próximos das médias da frequência cardíaca, estabelecendo uma relação de linearidade. Comparando os resultados do grupo dos atletas e dos não atletas podemos observar que o grupo dos atletas apresentou valores e médias mais baixos na maioria dos estágios, tanto de frequência cardíaca, quanto da escala de Borg, indicando certa relação entre atividade física regular e melhor funcionamento cardíaco. O grupo dos não atletas apresentou valores um pouco mais altos das médias de frequência cardíaca e da escala de Borg em comparação com o outro grupo, porém, os valores da escala de Borg ficaram mais próximos do valor da frequência cardíaca verificada, apontando que os atletas por estarem habituados com atividades de maior intensidade de exercício, quando submetidos às mesmas, não as percebem como os indivíduos não atletas, apresentando assim valores mais baixos na escala de Borg e de frequência cardíaca. As diferenças das respostas das variáveis em cada estágio do teste mostram forte relação entre frequência cardíaca e a percepção subjetiva ao esforço, confirmando confiabilidade da escala de Borg como indicador da intensidade do exercício, principalmente por ser um método não invasivo e simples, assim como a frequência cardíaca.

 

 

 

 

 


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