Esse trabalho relata a experiência vivida no projeto de extensão “PASCA – Projeto Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente”, da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), com as atividades de atenção à saúde bucal na primeira infância. Serão abordados os aspectos referentes às visitas domiciliares, realizadas com o apoio das agentes comunitárias de saúde, no bairro Glória/Imigrante, que está dentre os bairros onde são desenvolvidas as atividades do Projeto de Reorientação da Formação Profissional - Pró-Saúde I. Através de uma reunião com as agentes comunitárias de saúde, nas dependências da Estratégia de Saúde da Família (ESF) Glória/Imigrante, se optou pelas visitas domiciliares, com o intuito de conhecer melhor a comunidade em que são realizados os atendimentos, orientar os pais/responsáveis e convidar estes a participarem das atividades do projeto, levando seus filhos na ESF, para que possam receber acompanhamento odontológico individualizado, o qual é realizado pelas bolsistas do projeto, com supervisão da professora responsável. Outro tema abordado nas visitas domiciliares foi a divulgação do atendimento odontológico em geral nas dependências da ESF, ressaltando que assim como os pais estavam convidados a levar seu filhos, eles também podem ter acesso ao serviço sendo necessário apenas o agendamento prévio da consulta com a recepcionista da ESF. As visitas foram agendadas de acordo com a disponibilidade das agentes, sendo estabelecido o máximo de três pessoas para visitar cada domicílio, estando a equipe devidamente identificada. Pode ser obtido um ótimo retorno da comunidade, principalmente por este contato com as agentes, que estão inseridas no bairro e com isso auxiliam a conduzir os encontros. As agentes têm conhecimento de todas as pessoas da microárea, e de suas enfermidades, dificuldades e problemas; isso fez com que, acompanhadas delas, as famílias fossem extremamente receptivas e participativas com o que estava sendo proposto. É essencial conhecer a realidade em que a comunidade vive, a situação socioeconômica e cultural, para que então o atendimento seja o mais adequado possível. Este contato também é válido para explicar aos pais/responsáveis o quão é importante inserirem seus filhos no projeto e ressaltar a eles que as crianças não devem ir ao dentista só quando irrompem os primeiros dentinhos, enfatizar que a educação e a prevenção em saúde são de fundamental importância na vida das crianças para conseguirmos uma saúde bucal adequada na idade adulta. A visita domiciliar é vista como uma oportunidade para compreensão do processo saúde-doença por meio da vivência com outros fatores. As ACS não focam apenas as enfermidades, mas todos os fatores psicossociais que envolvem as doenças. Através das visitas é possível perceber a valorização e o reconhecimento do trabalho realizado pelos ACS, principalmente a humanização da atenção com os problemas familiares, habitacionais, domésticos e emocionais. Para os acadêmicos, as visitas domiciliares contribuem para seu aprendizado, reforçando a importância do vínculo familiar e do conhecimento da realidade socioeconômica, para que a atenção à saúde seja integral.