PET SAÚDE/ VIGILANCIA: UMA EXPERIÊNCIA NA ATENÇÃO FARMACÊUTICA À PACIENTES COM TUBERCULOSE LATENTE

Grega Rubia Bee, Karini da Rosa, Paola Teixeira Passos, Rosangela Rodrigues Marques, Lia Gonçalves Possuelo

Resumo


 

A tuberculose (TB) é a doença infecciosa que mais mata no mundo, ela infecta 10 a 30% da população (forma latente), sendo que 5 a 10% progridem de infecção para doença. O Brasil é o 19º país em número de casos de TB e o 108º país em incidência. Cerca de 10% dos adultos imunocompetentes infectados não tratados adoecerão. O tratamento da Tuberculose Latente (ILTB) reduz em 60 a 90% o risco de adoecimento. O cuidado farmacêutico é uma prática em que o profissional assume a responsabilidade das necessidades do paciente em relação ao uso de medicamentos e adquirindo um compromisso. Está comprovado que o trabalho do farmacêutico aumenta a adesão do paciente aos regimes farmacoterapêuticos, diminui custos nos sistemas de saúde, quando monitora reações adversas e interações medicamentosas, visando o uso racional de medicamentos (URM) e melhora a qualidade de vida dos pacientes. A Atenção Farmacêutica (ATF) constitui uma prática profissional focalizada no paciente, que é desenvolvida pelo farmacêutico em conjunto com os demais profissionais de saúde. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi relatar as atividades de atenção farmacêutica aos pacientes portadores de ILTB em tratamento quimioterápico, que são atendidos pelo Ambulatório de TB situado no Hospital Santa Cruz no município de Santa Cruz do Sul – RS. A atividade foi realizada nas dependências do Hospital Santa Cruz, no ambulatório de TB. Foram realizadas consultas, com anamneses farmacêuticas utilizando um instrumento para a coleta de dados (Método Dáder adaptado). As consultas individuais foram agendadas e os acadêmicos do curso de Farmácia, bolsistas do PET Saúde/ Vigilância da UNISC, fizeram o atendimento com supervisão do preceptor farmacêutico. Até o momento 14 pacientes passaram pela primeira avaliação. Entre os pacientes avaliados, 8 (57,1%) eram homens e a média de idade foi de 46,2 anos. Em relação ao grau de instrução, 42,8% relataram ter cursado o ensino fundamental (completo ou incompleto). Os pacientes avaliados já estavam realizando a terapia com Isoniazida (INH) e o tempo médio de uso foi de 6,6 meses. Um total de 7 (50%) pacientes participaram da consulta farmacêutica no último mês de tratamento. Apenas 2 (14,2%) pacientes não administravam corretamente o medicamento, os quais foram orientados sobre a utilização correta. Todos os pacientes após a consulta farmacêutica foram remarcados para retornar 30 dias após, entretanto uma das grandes dificuldades observadas foi a falta de adesão às consultas farmacêuticas. Dos 14 pacientes que deveriam voltar para a segunda consulta agendada, apenas 1 (7,1%) paciente voltou, e este tinha terminado o tratamento. Desta forma, não houve análise dos Problemas Relacionados à Medicamentos (PRM) desta paciente, apenas ofereceu-se o serviço de Atenção Farmacêutica para análise das outras patologias e possíveis (PRM). Motivos relacionados com a falta de adesão estão: o término do tratamento, a falta de condições financeiras para o deslocamento e o agendamento de consultas farmacêuticas em dias diferentes daqueles dias que os pacientes buscam a medicação. O acompanhamento multiprofissional deve sempre incentivar o paciente a desenvolver hábitos saudáveis de vida, a fim de melhorar os resultados terapêuticos, garantindo a adesão ao tratamento farmacológico e ainda, a orientação sobre a doença não somente na fase curativa, mas principalmente atuando de forma preventiva.

 


Apontamentos

  • Não há apontamentos.