Como parte decisiva no desenvolvimento do projeto de um carro, monoposto, de competição off- road, o conjunto de amortecedores do mesmo deve ser rigorosamente testado e avaliado, para conseguirmos um bom rendimento e melhor eficácia, tanto no conforto, quanto na resistência e também na manobrabilidade em casos de exigência máxima. Na escolha de um amortecedor para o Projeto Baja UNISC, leva-se em conta o seu custo-benefício, devido à limitação financeira do projeto. A metodologia para avaliação, teste e definição resumidamente compreende em: ensaio na máquina Emic DL30000N, testes práticos em uso real e com base nos resultados se faz a escolha. Nos últimos carros dos anos de 2010/2011 desenvolvidos pela Equipe Baja de Galpão, foram utilizados amortecedores de baixo custo, os mesmos utilizados nas motocicletas “HONDA XL 125”. No entanto estes não apresentaram um bom rendimento nas competições, pois sofreram uma alta compressão nas molas quando expostos a grandes impactos, fazendo com que o carro perdesse estabilidade em curvas, levando o mesmo a uma perda relativa de rendimento. Ao serem submetidos a ensaios de compressão, obtiveram-se resultados abaixo do esperado, demonstrando uma força máxima de 2150N e tensão limite de escoamento de 3.487MPa, onde não foram suficientes para sustentar a massa do carro, mais a do piloto acelerados pela gravidade, em condições extremas. Em virtude disso foram aplicados aos amortecedores calços fabricados em Poliamida, buscando uma maior resistência aos impactos que o veículo viria a sofrer nas provas da competição. Assim a força máxima sustentada pelos amortecedores passou dos 2150N anteriores para 2305N e tensão limite de escoamento de 23.14MPa. Mesmo assim após a competição constatamos que não foram suficientes os calços em Poliamida e que o carro não obteve o desempenho esperado. Optou-se então pela troca dos amortecedores antigos pelo modelo usado na motocicleta “HONDA XR 250 - Tornado”. A escolha desse modelo se fez devido a sua fácil manutenção, a seu bom desempenho nos requisitos do protótipo e o seu baixo custo em relação aos amortecedores importados utilizados por demais equipes. No quesito força máxima suportada o novo amortecedor alcançou 4517N de resistência e tensão de escoamento de 15.43MPa, que de acordo com o dimensionamento do sistema de direção/suspensão, atendeu nossa necessidade calculada. Neste modelo podem ser alteradas configurações de regulagem da mola, deixando-o mais ou menos comprimido e também a pressão do gás interno, sendo que quando desmontado poderá ser regulado, conforme as necessidades da equipe durante as competições, ao contrário dos antigos amortecedores que eram somente a óleo sem qualquer tipo de regulagem. Enfim, cabe à equipe testar na prática os novos amortecedores em condições adversas e compará-los com os antigos, para verificar se realmente as inovações deram os resultados apontados nos testes em laboratórios. Os resultados reais apresentados pelo carro durante as provas servirão de parâmetro para definir a escolha do amortecedor utilizado para as próximas competições, caso o desempenho não seja satisfatório no tempo de volta na pista deveremos fazer outro estudo no campo dos amortecedores para carro off-road.