AVALIAÇÃO DOS TIPOS DE MEDICAMENTOS UTILIZADOS PELA POPULAÇÃO IDOSA DA ASSOCIAÇÃO DE AUXÍLIO AOS NECESSITADOS (ASAN)

Charlene dos Santos Silveira, Eduardo Chaid Sonda, Karini da Rosa, Rosangela Rodrigues Marques, Lia Gonçalves Possuelo

Resumo


 

Uma das únicas certezas da vida é que todo ser envelhece. O Brasil conta hoje com 21,6 milhões de idosos, que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, representa 11% da população total do País. O envelhecimento, apesar de ser um processo natural, submete o organismo a diversas alterações anatômicas e funcionais, com repercussões nas condições de saúde e nutrição do idoso. Associado às alterações decorrentes do envelhecimento, é frequente o uso de múltiplos medicamentos que influenciam na ingestão de alimentos, na digestão, na absorção e na utilização de diversos nutrientes, o que pode comprometer o estado de saúde e a necessidade nutricional do indivíduo idoso. A atenção ao idoso demandará profissionais preparados e uma rede ampla de centros de saúde especializados, de lazer e de unidades de cuidados diários, além de oferta garantida de remédios de uso contínuo. Considerando esta demanda, a necessidade de uma atenção ampliada sobre esta população e a importância do aprendizado acadêmico quanto a problemática que atinge indivíduos com a faixa etária maior de 60 anos o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET-SAÚDE/Vigilância em Saúde (PET/VS) da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) em parceria com o município de Santa Cruz do Sul/RS e com o Ministério da Saúde realizou um estudo com objetivo de verificar os tipos de medicamentos utilizados por idosos da ASAN de Santa Cruz do Sul. Um total de 70 idosos reside atualmente no asilo. Destes, foi possível conversar com 21 (30%) idosos lúcidos e com plena capacidade de diálogo com a equipe. Após esta conversa, verificou-se nos prontuários quais as medicações utilizadas pelos idosos. A média de idade foi de 68,5 anos e o tempo médio de residência na ASAN foi de 6 anos. Destes 21 pacientes, 16 (76,19%) faziam uso de medicações. As classes terapêuticas utilizadas pelos pacientes foram anti-hipertensivos (81,25%), antipsicóticos (56,25%), diuréticos (37,5%), antidepressivos (37,5%), analgésicos, antipiréticos, analgésicos (31,25%), hipocolesterolemiantes (25,0%), antiosteoporóticos (25,0%), anticonvulsivos (18,75%), antivaricoso (12,5%) hipnótico (6,25%), hipoglicemiantes orais (6,25%), hormônios tireóideano (6,25%), antiulcerosos (6,25%), antibacteriano (6,25%), antidiscinésicos (6,25%), laxante (6,25%), antiasmáticos (6,25%), antiartritico (6,25%). A terceira idade, em geral, apresenta multiplicidade de doenças e, portanto, consome maior número de medicamentos. O uso de diferentes medicamentos, nesta época da vida, tem deixado de ser esporádico para converter em habitual Além disso, a poli-farmácia em idosos aumenta a incidência de efeitos adversos, que é maior nos idosos que nos jovens. Isto é consequência da queda de suas funções vitais, da múltipla e simultânea medicação e de seu estado nutricional, muitas vezes deficiente nesta fase da vida. Com o presente estudo verificou-se que a população idosa faz uso cada vez mais de um número infindável de medicações, tornando necessária a presença de profissionais capacitados para trabalhar com as peculiaridades desta faixa etária. Desta forma o PET-Saúde/Vigilância em Saúde integra seus alunos, tutores e preceptores a mais um serviço da rede pública de saúde, associando o conhecimento acadêmico às problemáticas e conjunturas do serviço em saúde.

 

 


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