BIODANÇA E AFETIVIDADE

Edilaine Dornelles Rosa, Ana Luisa Menezes

Resumo


 

O resumo que hora se apresenta, objetiva relatar as atividades desenvolvidas entre os meses de abril e julho de 2011, da oficina de Biodança, vinculada ao projeto de extensão “Ressocialização no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul”, da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), coordenado pela Profª. Ms. Rosana Jardim Candeloro e orientado pela Profª. Dr. Ana Luisa Teixeira de Menezes. Dentro da oficina, trabalhou-se com apenadas que possuíam escolaridade mínima de 5ª série do ensino fundamental, de diversas idades, tendo por objetivo aprimorar o autoconhecimento, autobiografia, afetividade, diálogos e a compreensão do próximo. Primeiramente, as oficinas contavam com doze alunas, mas houve uma evasão em decorrência de outras atividades que ocorriam no mesmo período. Desse modo, observou-se uma significativa melhora no relacionamento e, sobretudo, no vínculo afetivo daquelas mesmas apenadas. A não continuidade de algumas apenadas ocorreu por diversos motivos, dentre eles, confecção de peças em crochê, troca de penitenciária, regime provisório, condicional ou domiciliar. Na oficina, utilizamos músicas, revistas, argila, movimentos corporais, filmes, bem como rodas de dança, a partir das quais são proporcionadas às detentas a oportunidade de maior desenvolvimento do processo cognitivo com a construção de poesias, afinal este recurso não era utilizado por causa da realidade em que vivem. No decorrer das oficinas, as apenadas escrevem pequenos textos com relatos pessoais ou respondendo as questões que mais as perturbam, neste momento é avaliado a coesão e a coerência das ideias, assim como a leitura. As detentas são questionadas enquanto pessoas e como estão lidando com as dificuldades e, se há algo faltando, seja afetivamente ou de necessidade própria, e sobre suas realidades, desenvolvendo a capacidade de pensar, de sentir e de agir. Após as rodas de dança, sempre construímos uma poesia em grupo ou fazemos trabalho com relação à arte. Os textos e questões elaboradas pelas apenadas focavam uma análise de dados pessoais e suas transformações. Na oficina, a atividade corporal é uma ferramenta muito utilizada. Nos encontros, o movimento, a vivência e as emoções são elementos importantes para o desenvolvimento da consciência e do psicológico. Após, elaboradas as atividades, é proposto a construção de uma poesia que trata do momento o que estão sentindo e vivendo no processo coletivo e singular. De forma inovadora, a música foi outro recurso utilizado, ampliando o conhecimento das apenadas, algo que despertou um interesse ainda maior por parte das mesmas. É possível, a partir do aumento das atividades corporais e afetivas, notar uma melhora significativa na convivência e no diálogo das apenadas. As vivências entre elas e com os agentes penitenciários é um fator considerável, com mais atividades, todas elas visando o bem-estar e, principalmente, ressocialização e reintegração das apenadas com a sociedade, reduziu muito o número de motins e brigas que haviam dentro das celas femininas naquele presídio. Ao mesmo tempo, que aumentou o nível de criticidade e de expressão das apenadas frente às suas realidades.

 


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