FORMAÇÃO DE JORNALISTAS MIRINS: UM PROCESSO DE EDUCOMUNICAÇÃO
Resumo
O objetivo deste trabalho é apresentar o processo de formação de jornalistas mirins, através de oficinas de comunicação comunitária, em uma Organização Não-Governamental da cidade de Lajeado-RS, onde se buscou desenvolver a consciência crítica destes jovens sobre sua própria realidade, além de incentivar processos de alfabetização para a mídia. Com isso se buscou estimular não só a aprendizagem dos sujeitos, como também a sua participação social e política na comunidade. O cenário permitiu a aplicação de conceitos, como de educomunicação e de Comunicação Comunitária voltados à ideia de uma comunicação mais participativa, cidadã e democrática, que inclui sujeitos às margens da sociedade (PERUZZO, 2004). A metodologia utilizada foi a participativa na educação (BITTAR, 2007), que sugere que os interlocutores participam ativamente do processo de construção do projeto, saindo do lugar de objetos a serem observados. As oficinas foram desenvolvidas no primeiro semestre de 2012, num total de 12 encontros realizados na Obra Social São Cristóvão, localizada no bairro Santo André. O público-alvo foram alunos de 12 a 15 anos que residem nos bairros Santo André e Planalto. As oficinas foram divididas em três momentos. No primeiro se buscou promover a alfabetização para a mídia a partir da análise de jornais locais e nacionais. Em um segundo momento os jovens aprenderam sobre fotografia e tiveram a oportunidade de manusear câmeras digitais compactas e semiprofissionais. Também exercitaram postura diante das câmeras, dicção, desinibição, leitura de reportagens, etc. Ao final os jovens criaram e apresentaram um telejornal que enfocou a realidade da própria ONG. No decorrer das oficinas os jovens demonstraram interesse, envolvimento e comprometimento com as atividades, bem como com a realidade onde vivem. Este projeto demonstrou o quanto a comunicação pode ser dialógica e libertadora, permitindo que os marginalizados reflitam sobre sua realidade de forma crítica e atuem para transformá-la. Também foi possível perceber o quanto estas formas de interação são fundamentais tanto para o desenvolvimento dos jovens, que puderam ter novas experiências, quanto para o desenvolvimento local e regional, pois se dá uma cor diferente à realidade das periferias, desta vez observada com os olhos de seus próprios integrantes. Por conta disso, esse projeto se apresenta como forma de intervenção social. Os participantes ao elaborarem e aplicarem um novo discurso experimentam, na verdade, uma forma alternativa de convivência social, em que as decisões e ações são sempre coletivas.
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