O PAPEL DO DIREITO NA TRANSFORMAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM CIDADÃOS CONSCIENTES
Resumo
Com a aceleração do processo de produção devido à Revolução Industrial, originada na Inglaterra do século XVIII, o aumento na quantidade de produtos lançados no mercado desencadeou um fenômeno que o homem denominou "consumismo". Desde então o homem tem convivido com esse fruto do modelo econômico liberal e vem sendo ensinado, ao longo das décadas, a celebrar a incansável busca pela felicidade material. Junto aos primeiros passos, muitos infantes brasileiros aprendem a dar mais valor aos bens materiais do que à capacidade humana de progredir e cooperar. Através das mensagens nem sempre saudáveis do meio externo, tem-se comprometido o entendimento sobre o que é necessário à manutenção de uma vida humana digna. Surge a problemática: como conscientizar os jovens acerca da necessidade,240 que não é só deles, mas do restante do mundo também, de se romper com um modelo de conduta, cujos valores giram única e exclusivamente em torno da capacidade do indivíduo de gerar riquezas? O Brasil tem contado com a supervisão do Ministério da Educação (MEC) no desenvolvimento de diversos projetos atuantes na rede pública de educação básica e também com o apoio de instituições privadas. O projeto "O Direito vai à escola: consumo x educação para cidadania de crianças e adolescentes da rede escolar de ensino fundamental" é uma iniciativa da240 Brigada Militar do Vale do Rio Pardo que, através das Ações Integradas, em conjunto com estudantes do curso de Direito da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) tem a transformação dos indivíduos em pleno processo de desenvolvimento em cidadãos conscientes e ativos, como objetivo comum. Os graduandos envolvidos com o projeto, considerando os efeitos da estimulação visual, da busca instintiva do ser humano pelo prazer e a faixa etária do público-alvo, encontraram no teatro de fantoches um meio ideal de comunicação. Temas como "consumo consciente" estiveram na pauta dos mais caricaturados personagens. Observando quais valores já haviam sido, ou estavam sendo abordados, tanto no ambiente escolar quanto no familiar, e aderindo às manifestações dos espectadores, o teatro tornou-se dinâmico e adaptava-se a cada escola de forma a tornar o aprendizado mais espontâneo, divertido e eficaz. A missão do projeto se viu consolidada quando se chegou ao entendimento sobre o consumo consciente ser, como cita uma das personagens, a "atitude de quem sabe valorizar de verdade o que tem, de quem pensa no próximo e faz sua parte para viver em um mundo com menos desperdício". Diante de todas as forças empregadas na esperança de influenciar positivamente a evolução do ser humano, tornou-se imprescindível frisar que desperdícios não são algo natural, assim como comprar a felicidade nunca será uma meta real.
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