OFICINAS DE LÍNGUA PORTUGUESA: REPENSANDO NOSSAS PRÁTICAS DE LEITURA

CARINE ELISABETI RACHOR, CARLA REGINA LEIFFEIT, STELA PICCIN, ÂNGELA COGO FRONCKOWIAK

Resumo


Este trabalho busca refletir sobre os resultados obtidos a partir das atividades do primeiro semestre deste ano, nas oficinas de Língua Portuguesa, do subprojeto 3/ LETRAS, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência - PIBID, da Universidade de Santa Cruz do Sul. Atuamos na Escola Estadual de Ensino Médio Alfredo José Kliemann com dez alunos do quinto ano do ensino fundamental, no turno inverso das aulas. Enfatizaremos e faremos reflexões aqui acerca dos avanços dos alunos participantes em relação à leitura e à escrita, potencialidades que o subprojeto visa estimular. No início de nossa atuação com o grupo, percebemos uma série de dificuldades dos alunos em relação à leitura e, principalmente, a não compreensão e interpretação dos textos. Compreender é um ato cognitivo, resultado de uma atividade mental que envolve muitos mecanismos, como o conhecimento prévio, conhecimento de mundo e linguístico do leitor. Para que esse ato se estabeleça, é necessário, também, desenvolver habilidades e estratégias de leitura, entre outros fatores, para chegar à compreensão. Atualmente, no ambiente escolar, em geral, notamos como esses problemas são recorrentes, não só com crianças, bem como com adultos que apresentam dificuldades para interpretar e compreender textos. Tudo isso leva-nos, bolsistas do PIBID, estudantes de Letras e futuros professores de Língua Portuguesa, a considerar e pensar sobre as práticas de leitura e seus desencadeamentos. Preocupamo-nos em desenvolver atividades de leitura em que os discentes não apenas decifrassem corretamente os grafemas, mas se inteirassem do que estavam lendo. Consideramos importante desenvolver atividades em que os alunos estivessem expostos a diferentes tipologias de textos, bem como à leitura em voz alta, à vocalização, à interpretação e à inferenciação de textos, à contação de histórias, ao contato com livros de diferentes gêneros, à escrita e à reescrita de produções textuais, entre outras. Quando iniciamos nossa atuação, os alunos participantes se mostraram resistentes às tarefas que envolviam a leitura, mas, felizmente, ao longo do processo, houve significativas melhoras, tanto na compreensão como na interpretação e na leitura em voz alta. Do mesmo modo notamos avanços na escrita dos discentes, que também apresentava carências. Propusemos a escrita de textos não com caráter avaliativo, mas sim como modo de, com liberdade, expressarem o que sentiam. A partir dela, observamos as dificuldades e sugerimos a reescrita com o intuito de auxiliá-los a melhorar seus textos. Foi importante para o desenvolvimento das oficinas a cumplicidade criada tanto entre o grupo, como também entre o grupo e as bolsistas. Procuramos sempre pensar e respeitar os alunos enquanto sujeitos que pensam e tem vontades próprias. Se, por um lado concluímos que já houve avanços na leitura e na escrita dos alunos, por outro acreditamos que este foi apenas o início de um longo processo, que poderá trazer muitas outras contribuições à formação de leitores nesta e em outras escolas.


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.