EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS NA ESCOLA: LENDO, DIZENDO E BRINCANDO COM A LÍNGUA

BRUNA DE QUADROS ETGES, DAIANE LOPES, ANGELA COGO FRONCKOWIAK

Resumo


A Literatura Infantojuvenil, assim como qualquer outro tipo de leitura, exige do leitor alguns requisitos imprescindíveis. Dentre eles, podemos citar a capacidade de contrastar os conhecimentos de mundo com as novas informações adquiridas, ou seja, a habilidade de compreender o que foi exposto pelo autor (tanto do texto falado quanto do escrito). Além disso, dentro das dimensões que envolvem 223autor, texto e leitor224, existem indivíduos que possuem uma aptidão especial (que pode ser aperfeiçoada no decorrer das experiências): a de dizer, ou melhor, a de dar uma interpretação singular para o texto de outro e de recriá-lo colocando o seu 223eu224 em evidência. Na verdade, a tríade já mencionada (autor, texto e leitor) se relaciona através de uma ação lúdica e se complementa por intermédio de um jogo literário, sobretudo quando há a oportunidade de poder dizer. Dessa forma, a literatura, especialmente a infantojuvenil, encanta crianças, adolescentes e até mesmo adultos. Neste trabalho, abordaremos as relações entre ler, dizer, jogo e poesia, a partir do ato de pensar algumas experiências vivenciadas na escola São Canísio durante as oficinas desenvolvidas pelo Subprojeto 3 226 Letras 226 do PIBID/UNISC, no primeiro semestre de 2012. Pretendemos não apenas descrevê-las, mas sim realizar um apanhado teórico que nos permita compreender o processo de alguns acontecimentos pedagógicos. Para tanto, enfatizaremos, principalmente, a questão do ler e do dizer, pois acreditamos que a escrita e a compreensão foram estimuladas a partir de tais ações. Diante dos argumentos teóricos estudados e da experiência vivenciada pudemos constatar que o estudo da língua materna abarca questões preponderantes no que tange ao processo de percepção do próprio ser dos discentes. Isso porque a capacidade de comunicar algo surge do contraste entre a bagagem cultural que os estudantes trazem para o contexto escolar e os novos conhecimentos que, gradativamente, vão sendo construídos. Para isso é necessário que seja instituído um jogo lúdico em sala de aula, em que os alunos se sintam atraídos pela voz do educador, e que este se sinta convidado a ouvir e a refletir sobre os seus dizeres. Nessa perspectiva, o dizer literário é um jogo que estimula o imaginário, visto que possui uma função poética, tanto no sentido do fazer com a palavra quanto no sentido da reconstrução de imagens baseada na ludicidade. O docente que conseguir desenvolver a imaginação, o senso crítico e a capacidade de comunicação em seus alunos, mesclando seriedade e divertimento, em um jogo em que todos os participantes do processo ensino-aprendizagem sejam envolvidos, estará auxiliando na formação de cidadãos que estarão em pleno e constante desenvolvimento de uma competência essencial para a vida em sociedade: o 223poder de dizer e de se dizer224 (ZILBERMAN, 1982, p.40)[1].


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[1] MAGALHÃES, Ligia Cademartori. Jogo e Iniciação Literária. In: ZILBERMAN, Regina; MAGALHÃES, Lígia Cadermatori. Literatura Infantil: autoritarismo e emancipação. São Paulo: Ática, 1982.


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