A IMPORTÂNCIA DO DIZER EM SALA DE AULA

ÂNGELA COGO FRONCKOWIAK, FLAVIO LUIZ WINK JUNIOR, JÉSSICA TAIARA KOTTWITZ

Resumo


A importância do dizer em sala de aula


Flavio Luiz Wink Junior[1]


Jéssica T. Kottwitz[2]


Ângela Cogo Fronckowiak[3]


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Nosso trabalho aborda as oficinas que realizamos na Escola Municipal de Ensino Fundamental Menino Deus, com alunos de 4° ano, em virtude de sermos graduandos de Letras e participantes do Subprojeto 3: Letras do PIBID/UNISC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência da Capes). Em nossas oficinas, procuramos abordar principalmente o dizer, conceito definido pelo autor Elie Bajard[4], o qual seria uma das três vias que, em conjunto com ler e escrever, proporciona acesso à escrita. Percebemos, a partir dele, que os alunos estavam focados somente na decodificação dos grafemas do texto e possuíam muita dificuldade naquele aspecto, ignorando seu sentido como um todo. A atividade escrita surgiu para completar o oral e deve ser tratada como tal. O dizer em sala de aula é pouco valorizado e aplicado de forma duvidosa, pois o educador está focado no desenrolar das palavras e não na estratégia de leitura que convém a determinada situação que o texto exige. Não se lê uma noticia jornalística do mesmo modo que um poema, contudo, o aluno, primeiramente, preocupa-se somente com a decodificação dos grafemas. Tivemos como objetivos incentivar a leitura nas formas silenciosa e no dizer para proporcionar um ambiente favorável ao aprendizado, a partir da compreensão e interpretação 226 oral e escrita 226 dos diversos textos lidos e discutidos. Para tanto, ao início de cada oficina, líamos um conto com o intuito de os estudantes perceberem o dizer, já que escolhíamos textos com muitas falas de personagens diferenciados, que exigiam mudanças no tom da voz. Além dessa sistemática, optamos pela utilização de fichas, confeccionadas por nós, bolsistas, com poemas e narrativas curtas ilustradas para serem ditas pelas crianças. Nossa estratégia foi a de que, a cada leitura realizada pelos alunos, eles pudessem escolher outra ficha para ser dita pelo bolsista. Flávio realizou o processo individualmente e Jéssica praticou a atividade em grupo de dois ou três alunos. Pudemos perceber que nossas atividades geraram frutos, porque os alunos participaram de forma efetiva e mudanças no seu dizer foram sendo percebidas no decorrer da oficina. Esse trabalho nos possibilitou pensar nas mudanças na leitura para a conclusão e a função social em que o dizer está inserido. Além disso, pretendemos continuar nossas atividades na escola para mostrar o dizer em outros gêneros textuais e, com isso, fazer com que os alunos sintam que a leitura é importante e que pode, ao mesmo tempo, ser também prazerosa. Concluímos acreditando que o dizer e a leitura silenciosa são incontestavelmente importantes e que são eles que fundamentam o ensino, ampliando a capacidade de pensar e compreender. Não haveria vida na sala de aula sem o dizer, pois é a partir dele que alunos e professor têm a capacidade de interagir conjuntamente e construir ideias. Não há receita concreta para um aprendizado sem deficiências, mas existem diversas possibilidades que podem ser usadas em sala de aula, como a do dizer, que é, na nossa opinião, indispensável.





[1] Acadêmico do curso de Letras Português/




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