A PEÇA QUE VIROU FILME: OFICINAS INTERDISCIPLINARES NA ESCOLA WILLY CARLOS FRÖHLICH

ANA LUISA VOELZ, FELIPE AUGUSTO KOPP, LEONARDO LUIZ LIMA GOES, ÂNGELA COGO FRONCKOWIAK, RENATO NUNES, SUELEN PORTELA

Resumo


O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) 226 CAPES/UNISC 226 teve início em 2010 na Universidade de Santa Cruz do Sul. Seu objetivo principal é proporcionar aos estudantes das licenciaturas um contato com o ambiente escolar de maneira reflexiva. Uma de suas propostas é tentar fazer com que os acadêmicos de diferentes áreas do conhecimento planejem e desenvolvam projetos interdisciplinares nas escolas. Assim, no primeiro semestre de 2012, foi realizada uma capacitação entre nós (bolsistas), professores e coordenadores do programa, para que tentássemos pensar e elaborar atividades nessa perspectiva. As atividades tiveram como temática propulsora a peça Maria Minhoca, de Maria Clara Machado, e uma adaptação, em animação, do poema Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto. Entre os grupos atuantes na Escola Willy Carlos Fröhlich, inicialmente, foi elaborado um cronograma de atuação com alunos de diferentes séries, envolvendo várias licenciaturas. Entretanto, em decorrência das inúmeras dificuldades de se colocar em prática uma proposta interdisciplinar, nosso grupo 226 composto por uma bolsista de Filosofia, um de História e dois de Letras 226 passou a atuar, sem a participação das demais áreas, em oficinas de aprendizagem no turno oposto para alunos do Ensino Fundamental/Anos Finais, ou seja, da 5ª série ao 9º ano. Inicialmente, contávamos com a participação de cerca de vinte e cinco estudantes de idades variadas, número que foi se reduzindo com o tempo. Pode-se dividir esta oficina de 2012/1 em três partes: na primeira, os alunos recriaram a peça Maria Minhoca, utilizando diferentes materiais, como tinta, argila, massa de modelar, lápis de cor etc. A intenção principal foi desmistificar a ideia de que os encontros seriam reforços dos conteúdos trabalhados em sala de aula e também explorar a narrativa, através de outras materialidades que não a palavra. Na segunda parte, os próprios alunos propuseram a elaboração de uma peça teatral de autoria sua autoria. Todo o processo de elaboração do esboço da estória, divisão dos afazeres, criação e confecção das roupas e escrita do enredo foi feita pelos alunos. A nós coube o papel de supervisionar, incentivar e, às vezes, intervir com questionamentos, para que o resultado final tivesse fundamento e sustentação, mas isso não foi muito necessário, pois, quando as cenas passaram a ser ensaiadas, as deficiências nos argumentos, na coesão e na coerência do texto escrito eram percebidas e arrumadas pelos próprios discentes. Nas últimas semanas antes das férias de inverno e próximas ao prazo para a finalização da oficina do semestre na escola, os alunos, percebendo que teriam dificuldades em apresentar a peça, optaram por transformá-la em um filme. Nessa última parte, trouxemos as câmeras para a gravação e nos envolvemos de modo igual com as crianças, fazendo a direção das cenas, a filmagem, a edição e,até mesmo atuamos como personagens. Percebemos que as oficinas foram um desafio tanto para nós, bolsistas, quanto para os alunos. A interdisciplinaridade é um estar junto desafiante, pois saímos da nossa área de conforto para atuarmos com o outro. As ideias, as decisões e os passos precisam ser dados em conjunto, o que não é algo inatingível. A produção do nosso filme é um bom exemplo disso.


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