ESTÁGIO NA CLÍNICA UNIVERSITÁRIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO E SAÚDE (CURES/UNIVATES) 226 ENCONTRO DA INTERDISCIPLINARIDADE COM A SINGULARIDADE DO ESTAGIÁRIO

SUZANA FELDENS SCHWERTNER, CARINE APARECIDA BERNHARD

Resumo


Este trabalho visa relatar uma experiência de estágio específico curricular em Psicologia, do Centro Universitário Univates 226 Lajeado/RS, que iniciou em março de 2012 e se estenderá até dezembro do mesmo ano. A prática ocorre na Clínica Universitária de Educação e Saúde (CURES/UNIVATES), uma clínica-escola que se propõe qualificar a formação do estudante, proporcionando o exercício da Interdisciplinaridade e da Clínica Ampliada. No serviço, atuam estagiários e docentes dos cursos de Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição e Psicologia do referido Centro Universitário. Nosso trabalho promove a articulação da atenção integral e promoção à saúde do usuário, com o desenvolvimento de sua autonomia e responsabilização. Como estudantes, esse é o momento para experienciarmos o cotidiano profissional, pensar o sujeito e o fazer em saúde de forma integral. Para nossa vivência interdisciplinar, ao final de cada turno, realizamos reuniões em pequenas equipes e, uma vez por semana, desenvolvemos reunião do grande grupo, com a participação de todos os estagiários e supervisores. Como equipe, realizamos a construção do Projeto Terapêutico Singular (PTS), pelo qual buscamos não pensar apenas a intervenção, mas também quais serviços municipais devem se unir para auxiliar o sujeito em todas as suas necessidades, proporcionando qualidade de vida aos eles. O PTS propõe que o trabalho com o usuário seja de corresponsabilização entre equipe de referência do município-usuário-equipe CURES. Em relação ao estágio de Psicologia, é importante estabelecer uma boa relação terapêutica, devendo o estagiário estabelecer uma sensação de aceitação, confiança e empatia com o usuário. Buscamos proporcionar ao sujeito um momento em que possa trazer suas questões sem um julgamento, no qual consiga expressar suas angústias não só pela fala, mas também através do brincar/jogar/desenhar e que, assim, consigamos estabelecer um vínculo para trabalhar questões conflituosas e angustiantes para o usuário e sua família. Com a realização da escuta de forma ativa, é possível considerar todos os significados que o paciente traz, bem como questionar e problematizar suas demandas e necessidades de saúde. A ideia que vislumbramos para o estágio passa por uma constante reconstrução a cada contato com o outro (outro docente, outro estudante, outra área do saber), pois um conjunto de possibilidades e potencialidades se formam a partir do contato e da troca com esse(s) outro(s). Poderíamos pensar que o trabalho na CURES nos faz ter a sensação de estarmos em um emaranhado de fios que, aos poucos, iremos acomodando numa disposição mais acessível e coerente. Dessa forma, pretende-se a construção de uma clínica na qual os seus profissionais e estagiários realizem a ampliação do olhar, promovam a criação de novas estratégias, utilizem outras ferramentas/tecnologias, permitam o atravessamento dos diferentes saberes. Com a problematização constante das práticas em saúde, especialmente a partir da Interdisciplinaridade e da Clínica Ampliada, aprendemos que os movimentos instituintes e instituídos se cruzam e se chocam, fazendo-nos sentir que o trabalho em saúde não está dado e as saídas inventivas nos auxiliam nos desafios do cotidiano.


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