LETRAS E EDUCAÇÃO: ENCONTRO POÉTICO COM A INFÂNCIA

JESSICA PAOLA OLIVEIRA SILVA, TAMIRIS ZINN, ANGELA COGO FRONCKOWIAK, SANDRA REGINA SIMONIS RICHTER

Resumo


Através das experiências vividas com crianças de 4 anos da E.M.E.I Pingo de Gente nas oficinas poéticas, ação de extensão do projeto de pesquisa 223Dimensão poética das linguagens e aprendizagem na infância224, desenvolvemos propostas com artes plásticas e literatura no tempo e espaço do ateliê do Memorial da UNISC. Nosso encontro, enquanto bolsistas dos Cursos de Pedagogia e de Letras em virtude dos estudos e investigações realizados no grupo de pesquisa Linguagens, Educação e Cultura UNISC/CNPq, proporcionou a experiência de rompermos com as fronteiras acadêmicas entre as linguagens ao organizarmos e participarmos com as crianças de ações que procuraram favorecer a constituição de suas narrativas a partir da projeção de sombras, da roda poética, da literatura, do cinema, do desenho e da pintura. Foram disponibilizados às crianças e adultos, durante as oficinas poéticas, materiais diversos como fichas poemáticas, abordando diferentes temas (inclusive a temática de sombra e luz), livros, folhas para desenho/pintura e demais objetos para serem explorados 223brincando224 nos retroprojetores. Vimos por meio das oficinas que a ação de brincar e investigar possibilidades dos materiais está intimamente vinculada à literatura, à pintura, à poesia, ao desenho, ao jogo com as sombras, instigando processos de aprender a singularidade de narrar o vivido no coletivo (HUIZINGA, 1999; BACHELARD, 1991). O pensar e fazer junto nos trouxe maior compreensão da dimensão abrangida pelo encontro entre as áreas. Assim, nós, bolsistas, pudemos ter uma melhor percepção da dinâmica das linguagens presente na aprendizagem cultural que é conviver. Cada área tem sua especificidade em relação aos modos de conhecer e interagir, [que é poética porque supõe o fazer ficcional ou então, o que dá no mesmo, é uma forma narrativa], mas, de certa forma, caminham entrelaçadas (VALÈRY, 1999; RICOEUR, 1994). A partir da roda poética e da barraca da leitura, vivenciamos a interação entre crianças e adultos na singularidade de cada um aprender 226 ou reaprender 226 a significar o coletivo/o vivido no grupo. A cada encontro a repetição de atividades era reapresentada em diferentes sequências, o que causou, tanto nas crianças quanto nos adultos, a vontade de querer dar continuidade e sentir novamente tudo aquilo que foi vivenciado e explorado. A diversidade de espaços no Memorial proporcionou às crianças a escolha das atividades que estavam sendo desenvolvidas nas oficinas, assim, cada uma pôde escolher a que mais lhe chamava atenção. A partir do que foi vivenciado e estudado, pudemos perceber a relevância de uma ideia mais ampliada de aprendizagem na educação infantil, premissa que é essencial para que haja continuidade nos anos iniciais do ensino fundamental, pois, assim, quando a criança vivencia diversos recursos, provavelmente estará mais apta a novas descobertas.


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