FICHAS DE LEITURA: (RE)PENSANDO EXPERIÊNCIAS OPOSTAS

FERNANDO MULLER KREBS, SAMARA ALVES, ANGELA COGO FRONCKOWIAK

Resumo


Este resumo tem por objetivo relatar duas das atividades desenvolvidas no subprojeto 3/Letras do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência 226 PIBID/CAPES/UNISC. O referido programa visa proporcionar a interação dos acadêmicos de licenciaturas com o ambiente escolar e tem como coordenadora da área de Letras Português a Prof.ª Ângela Fronckowiak. Depois de já estarmos familiarizados com as escolas, os alunos e as principais carências que apresentavam em relação ao letramento, nos encontros semanais de estudo dos bolsistas de Letras, decidimos confeccionar fichas de leitura 226 espécie de páginas em papel cartaz com contos e poesias ampliadas e imagens que fazem alusão às temáticas abordadas nos textos. A ideia de utilizar as fichas nos laboratórios de aprendizagem tem a intenção de despertar o interesse dos discentes pelo ato de ler, devido a estas possuírem forte apelo visual, valorização da estética, enfoque em textos curtos, além de possibilitarem um diferente manuseio dos objetos de leitura. Essas características, por fugirem da forma tradicional de apresentação, trazem outra proposta para o ambiente escolar e transformam a dinâmica de aula a que os educandos estão acostumados. No colégio Professor Luiz Dourado, os bolsistas Fidel Helfer, Jéssica Silva e Samara Alves fizeram uso das fichas 226 em quantidade suficiente para que todos os estudantes pudessem manusear e escolher as que mais lhes agradassem 226 com o 5º ano do ensino fundamental, com o objetivo de estimular a oralidade/dizer, a leitura e a escrita. Inicialmente, acreditamos que haveria resistência por parte dos alunos devido à nova forma de apresentação dos textos e por eles relatarem que não gostavam de ler. No primeiro contato com as fichas, os discentes demonstraram-se curiosos, todavia, quando foi sugerida a leitura oral, recusaram-se. Porém, no decorrer da atividade, iniciou-se certa inquietação, os estudantes mostraram interesse no material apresentado e passaram a trocar as fichas entre si, indicando-as aos outros colegas. Em seguida, para nossa surpresa, os alunos tomaram a iniciativa em fazer a leitura oral das fichas que mais lhes agradaram para o restante da turma. Com êxito na atividade, decidimos repeti-la na semana seguinte, que acabou trazendo bons resultados como no primeiro encontro. A mesma proposta foi utilizada na Escola Menino Deus, na qual os bolsistas Fernando Krebs e Igor Figueira coordenaram oficinas com crianças das 6ª séries e 6º anos. Após tentativas 226 não muito bem sucedidas 226 de outras atividades norteadas pelos eixos da oralidade/dizer, da leitura e da escrita, os acadêmicos passaram a utilizar as fichas como material central para os encontros subsequentes. Infelizmente, a participação dos educandos continuou baixa 226 salvo a curiosidade inicial despertada pelos textos apresentados de maneira incomum. É difícil formular hipóteses para o quadro encontrado nas oficinas. Em alguns momentos, houve colaboração e pequenos avanços, no entanto, por mais variações de dinâmicas e temáticas que tenhamos apresentado, por mais diálogo, aproximação e incentivo que tenhamos oferecido, a resistência dos estudantes parece estar profundamente relacionada com os ambientes familiar, social, escolar. O que pretendemos com estes relatos é expor, discutir e (re)pensar os porquês das diferentes respostas geradas por grupos de alunos da mesma faixa etária em duas instituições de ensino da rede pública de Santa Cruz do Sul.


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