240Ao escolher esse assunto pelo Programa A União Faz a Vida, onde participo como bolsista, vou falar um pouco sobre o trabalho com Projetos Pedagógicos em sala de aula. A utilização de projetos na sala de aula com as crianças e os adolescentes é um dos objetivos o Programa A União Faz a Vida. Segundo Morin, esse método proporciona a este grupo uma dinâmica, organizando novos conhecimentos e se descobrindo novos desafios e novos problemas, convivendo novas realidades, (A União Faz a Vida, 2008, p 23). Entre os referenciais teóricos sistematizados pelo programa, vários autores apresentam as vantagens da metodologia de projetos. O autor Roland Barthes coloca em outros termos que o projeto é uma realização de 223sinfonia de propostas224 é, portanto, incompleto e aberta à contribuição do outro e aos acontecimentos que se sucedem na vida de todos os envolvidos (idem, p.22). O segundo autor utilizado, Edgar Morin, diz que o trabalho com projetos é positivo tanto para o aluno quanto para o professor. Ganha o professor, que se sente mais realizado com o envolvimento dos alunos e com os resultados obtidos; ganha o aluno, que aprende mais do que aprenderia na situação de simples receptor de informações. Assim a informação passa a ser tratada de forma construtiva e proveitosa e o estudante desenvolve a capacidade de selecionar, organizar, priorizar, analisar, sintetizar, 223(...) para que nos serviram todos os conhecimentos parcelares se não os confrontássemos uns com os outro, a fim de formar uma configuração capaz de responder às nossas expectativas, necessidades e interrogações cognitivas?224 (idem p.23).Em outro momento o autor coloca que o projeto deve ter desafio da complexidade, reside no duplo desafio da realidade e da incerteza, é preciso aprender a fazer com que as certezas interajam com a incerteza, o conhecimento (idem p.24). O terceiro autor coloca nesses projetos, o pragmatismo deve estar presente. É importante ao aluno saber que o resultado de sua pesquisa poderá servir de utilidade pública. De nada adianta investir numa pesquisa que não serve para algum segmento da população ou para a vida prática do educando, Renato Janine Ribeiro (idem p.23). O projeto educativo deverá destacar aspectos que levem a um produto final, destinado ao uso da escola e da comunidade como um todo. Não basta saber, é preciso aplicar; não basta querer, é preciso, também, agir. Para Hernández e Ventura (idem. p.24) projeto é um conhecimento, mas não é fixado a priori pelo educador, são frutos de intensas trocas verbais entre as crianças, adolescentes240e os professores possibilitando240reconhecimento dos seus interesses e necessidades. Por fim, Lílian Katz (idem p.20) escreve que o trabalho de projeto não deve substituir a totalidade das práticas correntes nos ambientes educativos, mas deve ocupar uma parcela significativa do programa pedagógico. O trabalho de projeto se apoia na organização curricular, mas se baseia nos planos e nas intenções individuais e de grupos, recorrendo habitualmente a orientações do educador. Os projetos favorecem a criação de estratégias de organização dos conhecimentos de modo que aprendizagem seja uma experiência estimulante e alegre. Por fim, o trabalho com projetos pedagógicos no programa A União Faz a Vida se desenvolve a partir das seguintes etapas: a escolha do tema, a importância e a formação do conselho de grupos, a avaliação dos projetos desenvolvidos e valorização e publicação do trabalho.