A ADOLESCÊNCIA A PARTIR DA ABORDAGEM SISTÊMICA

DULCE GRASEL ZACHARIAS, BRUNA LOPES MARTINS, FERNANDA CORTES SCHROEDER, MARISABEL SIMONE WEGNER MEERT

Resumo


A partir deste trabalho, pretende-se fazer a relação entre a Teoria Sistêmica e um dos casos atendidos durante o estágio curricular no Serviço Integrado de Saúde (SIS) da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). A Teoria Sistêmica compreende a família como um sistema, operando dentro de um contexto social, onde se estabelecem padrões de interação entre os membros da família. O caso trata-se de uma menina adolescente de 16 anos (não será citado o nome para preservar a integridade da paciente), cuja principal conflitiva é seu relacionamento com os pais. Neste sistema familiar as fronteiras entre os subsistemas são difusas. A paciente assume o papel de cuidadora tanto do pai quanto da mãe e da casa. O casamento dos pais não está bem. Winnicott (1961), considera que o período de adolescência precisa ser vivido pelos adolescentes, cabe aos adolescentes lidarem com suas capacidades sexuais e as demais situações que aparecerão, sejam elas de frustrações, ansiedades, diante aos conflitos. O autor lembra que em casos sadios, cada sujeito experienciou o complexo de Édipo desenvolvido. Osório, L. C. e Valle, M. E. P. & cols. (2009) lembram que é preciso respeitar as demandas e os direitos de um adolescente, porém quando atrapalham demais, precisam saber que há limites. Da mesma forma, a contribuição nas tarefas da casa é de suma importância, pois a casa é dos pais. Porém a adolescente em questão acaba estabelecendo estas regras e limites, podendo ter prejuízos na fase adulta. Ressalta-se que é imprescindível que o casal esteja bem quando há um adolescente envolvido, para que se estabeleça um padrão na comunicação e nos limites que precisam ser estabelecidos. Osório, L. C. e Valle, M. E. (2002) consideram que não seria possível entender o sistema familiar olhando para cada uma das partes isoladamente, pois as partes modificam o todo. Assim, se pensarmos na paciente em questão, podemos refletir sobre o porquê e de que forma ela também sustenta este funcionamento. Os autores ainda nos esclarecem que no sistema há uma retroalimentação que caracteriza o enfoque circular, podendo esta ser positiva ou negativa. Estes dois polos não correspondem a ser 223bom ou mau224, mas sim a possibilidade de mudança ou a manutenção do sistema tal como ele está. Quando a retroalimentação é negativa a família não modifica o seu funcionamento, e quando é positiva há quebra na homeostase. Macedo (2008) questiona a possibilidade de cura em terapia e considera que êxito não é apenas eliminação do sintoma, mas sim a capacidade de aprender a lidar com as dificuldades e descobrir formas flexíveis e criativas para isto.


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