TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL: UMA PERSPECTIVA SISTÊMICA

DULCE GRASEL ZACHARIAS, GABRIELLY DA FONTOURA WINTER, LETÍCIA STAUB LIMBERGER, VIVIAN SILVA DA COSTA

Resumo


O interesse pelo tema ansiedade surgiu a partir da experiência em clínica psicoterápica, realizada no Serviço Integrado de Saúde 226 SIS, onde um número relevante de pacientes em atendimento sofria com sintomas de ansiedade. Assim sendo, este resumo refere-se a um trabalho apresentado na disciplina de Estágio Integrado em Psicologia I, do Curso de Graduação em Psicologia, na Universidade de Santa Cruz do Sul 226 UNISC. O trabalho foi elaborado a luz dos pressupostos teóricos da Sistêmica, podendo ser entendido como um estudo de caso. Nos últimos anos, notou-se um elevado aumento no número de pessoas que sofrem com transtornos de ansiedade, sendo um dos diagnósticos mais prescritos por psiquiatras e psicólogos. Os diferentes transtornos de ansiedade causam diferentes tipos de sofrimento, desta maneira, este estudo também volta o olhar sobre as formas de subjetivação presentes na nossa cultura, assim como sobre as relações familiares do sujeito, já que parte-se do pressuposto que este também é constituído nas suas práticas familiares e sociais, sendo atravessado por relações de poder e saber. A partir dos dados colhidos, objetivou-se em entrevistas iniciais, assim como no próprio processo de psicoterapia, entender qual a função do sintoma nesta família, pois em geral o sintoma busca manter o equilíbrio homeostático do sistema familiar, de forma que as famílias com problemas estão aprisionadas em padrões de comunicação disfuncionais. Este estudo de caso baseou-se na história de Débora*, cuja queixa principal gira em torno da ansiedade e da dificuldade nas relações, tanto familiares quanto cotidianas, enfatizando que ela gostaria de se entrosar mais com as pessoas e de estabelecer novas amizades. Entretanto, Débora relata sentir-se muito insegura em relação à maioria das situações de convívio social cotidianas. Suas queixas refletem o diagnóstico de transtorno de ansiedade social (TAS), também conhecido como fobia social, em que indivíduos apresentam medo intenso de agir de forma inadequada em determinadas situações sociais, medo persistente de embaraço ou de avaliação negativa durante interação social ou desempenho em público. Estes sintomas de ansiedade geralmente são acompanhados de sintomas físicos como rubor, tremor, taquicardia, sudorese e tensão muscular. Portanto, ao nos basearmos neste diagnóstico, correlacionando-o com as relações familiares de Débora, foi possível concluir que a função do sintoma neste caso serviu como uma mensagem, onde Débora busca freneticamente o reconhecimento tanto de sua família de origem, quanto do seu novo sistema familiar, de forma que sua ansiedade é um reflexo da sua baixa autoestima. Na psicoterapia buscou-se explorar melhor quais os sentidos por trás da baixa autoestima, para que este sentimento pudesse ser desconstruído, de forma que a paciente pudesse ressignificar suas experiências e fortalecer-se enquanto indivíduo.


*Nome fictício.


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