LABORATÓRIO DE ÓRTESE E PRÓTESE: ARTICULANDO ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

CAROLINE SCHWINGEL WAGNER, GABRIELLA ASSMANN, ANGELA CRISTINA DA SILVA

Resumo


O Curso de Fisioterapia oferece aos estudantes diversos laboratórios para o desenvolvimento de aulas práticas. Estes espaços são uma ferramenta para ensino de qualidade, onde é possível repensar o conteúdo das aulas, interagir com os aparelhos e os colegas de curso. O laboratório está ao alcance dos estudantes, estagiários e bolsistas de projetos de extensão e pesquisa do curso. Um dos projetos de extensão que ocupa esse local é Serviço de Reabilitação Física (SRFis), para atender a demanda de usuários que vêm em busca de dispositivos de locomoção como240 órteses e próteses. O SRFis conjuga a área da Formação e Atenção em Saúde, atualmente com participação de professores e estudantes de áreas multidisciplinares e uma equipe de ortesistas e protesistas que presta serviço no local. É um projeto terapêutico individual, que acompanha os usuários amputados e pessoas com deficiências decorrentes de problemas neurológicos, genéticos, ou vítimas de acidentes que ficam com alguma limitação. O Serviço funciona através do convênio firmado com o Ministério da Saúde e com a Secretaria Estadual da Saúde, atribuindo-lhe um caráter de referência para os municípios da Região dos Vales. O objetivo deste trabalho é traçar o perfil dos usuários atendidos pelo serviço e verificar a abrangência geográfica do mesmo. A pesquisa realizada é de natureza quali-quantitativa, delineamento observacional e caráter descritivo transversal. O instrumento utilizado é um questionário com questões abertas e fechadas, aplicado pelo avaliador nos meses de julho e agosto de 2012 com os usuários que buscam o serviço, encaminhados pela Secretaria de Saúde de seu município. As categorias analisadas foram: utilização de órteses/próteses; etiologia das patologias envolvidas; faixa etária; satisfação e abrangência do serviço. Foram entrevistados 60 pacientes, prevalecendo 73% homens. Dos entrevistados, 57% buscam as próteses. O maior índice de amputação (41%) é de etiologia vascular associada ao diabetes e trombose, 32% por sequelas de acidentes de trânsito, 18% por acidentes de trabalho e 9% por outras causas. Do total de usuários para protetização, 91% são para os membros inferiores. Dos usuários que buscam as órteses (43%), 81% são por sequelas de doenças neurológicas, 11% por traumas e 8% por causas não identificadas. Desta procura, 61% são por dispositivos para membro inferior, 12% para superior, 4% para coluna e ainda 23% dos usuários necessitam tanto para membro superior quanto inferior. Quanto ao perfil dos usuários que utilizam próteses: 15% estão entre 0 e 20 anos; 23% entre 21 e 40 anos; 27% entre 41 e 60 anos e 35% com mais de 61 anos de idade. Dos usuários que utilizam órteses, 81% têm até 20 anos, 8% dos 21 aos 40 anos, 8% dos 41 aos 60 anos e 3% com mais de 61 anos de idade. Em relação à satisfação dos serviços prestados: 97% não têm reclamações. A abrangência do projeto é de 22 pessoas da 16ª, 13 pessoas da 8ª e 23 pessoas da 13ª CRS. Conclui-se que os usuários de próteses são, na maioria, de faixa etária mais elevada e com sequelas de problemas de origem vascular, já os de órteses são na crianças e adolescentes, com sequelas de origem neurológica. Em ambos os grupos de usuários predomina o sexo masculino. Grande parte dos participantes está satisfeita com o Serviço, o que nos motiva a continuar assistindo a população articulando de forma indissociável o ensino, a pesquisa e a extensão, parâmetros importantíssimos para a formação acadêmica profissional.


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