PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA E DESLOCAMENTO PARA A ESCOLA: DIFERENÇAS NO ÂMBITO ESCOLAR E NÍVEL SOCIOECONÔMICO DE ESCOLARES DE SANTA CRUZ DO SUL - RS
Resumo
Introdução: Atualmente, a atividade física vem ganhando cada vez mais importância na qualidade de vida de crianças e adolescentes, porém, grande parte delas não consegue alcançar níveis satisfatórios na atividade física. Objetivo: este estudo buscou verificar possíveis diferenças nos níveis de atividade física e deslocamento de jovens até a escola, de acordo com o âmbito escolar e condições socioeconômicas de estudantes do município de Santa Cruz do Sul-RS. Método: o estudo tem caráter transversal-descritivo, tendo como sujeitos 350 escolares, com idade entre 7 e 14 anos, de ambos os sexos. Para a coleta de dados, foi utilizado questionário adaptado de Burgos (2010). A análise de dados foi realizada no programa SPSS for Windows versão 18.0, através de estatística descritiva (frequência e percentual). Resultados: de maneira geral, observa-se que os sujeitos afirmam se deslocar de forma ativa para a escola (54,9%). Além disso, 79% dos escolares praticam atividade física em seu tempo livre. Ainda há diferenças significativas no deslocamento entre as escolas, tanto em alunos do sexo masculino, quanto do feminino. Entre os estudantes de escolas públicas da zona urbana (estaduais e municipais), a maioria utiliza um modo ativo para ir à escola (média de 96,7% para os alunos do sexo masculino e 89,55% para os alunos do sexo feminino). Já nas escolas da rede particular e da zona rural, há um resultado inverso, demonstrando que a maior parte dos escolares se desloca de forma passiva para a escola (média de 87,35% para os alunos do sexo masculino e 79,5% para os escolares do sexo feminino). Os resultados também demonstram que grande parte dos alunos investigados pratica algum tipo de atividade física, exceto os alunos de escolas da zona rural, que, na sua maioria, respondeu que não realiza nenhum tipo de atividade física. Com relação ao nível socioeconômico, escolares das classes mais elevadas (A1 e A2) apresentam maior percentual de deslocamento passivo, tanto os meninos, quanto as meninas. Com relação à prática de atividade física, os escolares das classes mais baixas (D e E) são os mais sedentários, principalmente as meninas (42,3%). Conclusão: Concluímos que há
diferenças no tipo de deslocamento para a escola e na prática de atividade física de escolares, de acordo com o âmbito escolar, região de moradia e nível socioeconômico. Considerando que a prática de atividade física é de suma importância para o desenvolvimento da criança e do adolescente, estando diretamente relacionada à diminuição dos fatores de risco de doenças cardiovasculares. Ressalta-se a importância da elaboração de estratégias que incentivem à maior participação de crianças e adolescentes na prática regular de atividade física, principalmente nas escolas e regiões em que os escolares demonstram ser mais sedentários, ofertando também espaços e oportunidades para que estudantes com menor poder aquisitivo possam se tornar mais ativos.
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