RELAÇÃO DO RASTREIO DE CITOPATOLÓGICOS ALTERADOS EM SANTA CRUZ DO SUL NO ANO DE 2011

VERA LUCIA BODINI, CAMILA DOS SANTOS DO AMARAL, IVANA MEIGER FUHRMAMM, JÉSSICA F. WICHMANN , TAMILIS DE ALMEIDA MACHADO

Resumo


O Câncer de Colo de Útero é um problema de ordem pública mundial e, segundo a OMS, o seu principal fator de risco é o agravamento da infecção pelos subtipos oncogênicos do vírus HPV (Papiloma Vírus Humano), especialmente o HPV-16 e 18, que são os responsáveis por cerca de 70% dos cânceres cervicais. Sabe-se que todas as mulheres que já iniciaram a vida sexual são potencialmente suscetíveis ao desenvolvimento da afecção, especialmente se estiverem presentes os fatores de risco representados por algum tipo de infecção cérvico-vaginal sexualmente transmissível, bem como o início precoce da vida sexual, a multiplicidade de parceiros, o tabagismo e as más condições de vida (BRASIL, 2001). De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca, 2012), o câncer de colo de útero é240o segundo tumor mais frequente na população feminina, ficando atrás apenas do câncer de mama, é também considerada a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Essa patologia faz, por ano, 4.800 vítimas fatais e apresenta 18.430 novos casos. Para o ano de 2012 são estimados 17.540 novos casos da doença. Este trabalho tem por objetivo identificar o perfil dos240 exames citopatológicos alterados do Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero (Siscolo) em um município do interior do Rio Grande do Sul, relacionando e comparando os resultados com as alterações evidenciadas em um Serviço Integrado de Saúde do município. Trata-se de um estudo descritivo e ecológico do número de alterações citopatológicas avaliadas no interior do Rio Grande do Sul (RS). A coleta de dados envolveu os registros do Siscolo do município de Santa Cruz do Sul e os prontuários das mulheres que realizaram o exame citopatológico (CP) no SIS/UNISC, no ano de 2011. Os dados foram analisados e comparados em relação à prevalência de alterações encontradas em todo o município, envolvendo também uma análise da média do tempo da última coleta de citopatológico. Foram avaliadas 818 exames registrados nos prontuários do SIS e 8289 registros do SISCOLO. As alterações celulares de epitélio escamoso apresentaram prevalência de 1,96% no SIS e 2,5% na região de Santa Cruz do Sul, evidenciando que 7,8% das alterações do município foram das mulheres diagnosticadas no Serviço Integrado de Saúde. As lesões mais frequentes foram as lesões intra-epiteliais de baixo grau (LIEBG) no Serviço Integrado de Saúde (38%), enquanto no município prevalece ASC-H(44%). A alteração que apresentou maior diferença proporcional entre os grupos SCS e SIS foi de ASCUS, sendo que no primeiro a prevalência foi significativamente maior. A baixa incidência de câncer de colo de útero não exclui o impacto desse diagnóstico na qualidade de vida das mulheres e o tratamento precoce é de suma importância antes da evolução para o carcinoma. No monitoramento do citopatológico no SIS, a peridiocidade foi bianual, se contrapondo ao município, onde a frequência é anual. As novas diretrizes do INCA recomendam monitoramento trienal após três exames normais. Como este trabalho não tem possibilidade de avaliar os resultados anteriores, são necessários mais estudos para avaliar a periodicidade dos exames neste grupo analisado. Desse modo, é de grande relevância uma maior atenção nas atividades de prevenção dessas lesões, bem como a necessidade de implantação das novas diretrizes do INCA referentes à periodicidade da coleta de exames citopatológicos, a fim de evitar aumento das taxas de morbi-mortalidade por esta patologia.


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