UM ESTUDO ACERCA DA TEORIA SISTEMICA E SEUS ENLACES COM AS NOVAS CONFIGURAÇOES FAMÍLIARES

DULCE GRASEL ZACHARIAS, GABRIELLY DA FONTOURA WINTER, LETICIA STAUB LIMBERGER, VIVIAN SILVA DA COSTA

Resumo


O interesse em realizar este estudo surgiu da necessidade de se refletir acerca das novas configurações familiares instauradas na pós-modernidade, ao se perceber a frequente dificuldade enfrentada pelos sujeitos para lidar com as questões240forjadas a partir desse novo contexto, presente nos séculos XX e XXI, o que acaba corroborando para o aparecimento de diferentes patologias. 240Este resumo refere-se a um trabalho apresentado na disciplina de Estágio Integrado em Psicologia I, do Curso de Graduação em Psicologia, na Universidade de Santa Cruz do Sul 226 UNISC, elaborado a partir dos pressupostos teóricos da Sistêmica, podendo ser entendido como um estudo de caso. A família constitui-se como uma instituição cultural, com relação biológica estabelecida socialmente. Entre os séculos XX e XXI, algumas regras que eram instituídas para a família passaram a ser questionadas e sofreram mudanças para as quais contribuíram diversos fatores, tais como feminismo, alteração do paradigma da sexualidade, reconhecimento dos direitos da criança e do adolescente, aceitação do divórcio, mudança de valores éticos da sociedade, avanços da tecnologia e dos meios de comunicação. Nos dias atuais, apresenta-se uma grande diversidade de constituições familiares, englobando inúmeros tipos de configuração. O objetivo deste trabalho é que, a partir de reflexões como esta, seja possível a construção de novos olhares frente às demandas que surgem em nossa prática, tornando-nos cada vez mais perspicazes no entendimento dos sujeitos e suas relações. Este estudo baseou-se na história de um menino de 07 anos, E. H. S., que mora com os avós maternos. A mãe 226 que saiu de casa quando E.H.S tinha 04 anos, para morar com o namorado240 226240 diz que teve uma gravidez indesejada (chegou a ter depressão após o nascimento do menino), e que nunca desempenhou o papel materno.240O paciente não tem proximidade com o pai, pois a mãe engravidou com 19 anos de um relacionamento sem compromisso 240e sem vínculos afetivos. No presente momento, ele mora com os avós maternos e visita a mãe esporadicamente. A queixa trazida pela família é relacionada à falta de limites e problemas escolares. É notável o desagrado do paciente quando falamos sobre a figura paterna, pois se torna agressivo até mesmo quando está brincando descontraidamente. De fato, esse é um dos motivos de sua ansiedade, impulsividade e falta de limite. O trabalho realizado com o menino visa ao fortalecimento dos vínculos familiares precários, com o envolvimento da mãe e dos avós no tratamento, além disso, o trabalho psicoterapêutico trabalha os papéis familiares, para que E. H. S. possa organizar-se quanto a sua configuração familiar e possa, assim, compreender seu lugar de uma forma menos ansiogênica. O paciente vem sendo atendido individualmente no SIS, e percebe-se que ele se sente menos240 ansioso e com menos impulsividade, seu comportamento na escola tem melhorado, bem como sua relação com os familiares, o que demonstra a efetividade do trabalho que está sendo realizado na psicoterapia individual.


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