GRUPO TERAPÊUTICO: MULHERES EM MOVIMENTO

EDNA LINHARES GARCIA, ANELISE WARTCHOW STROHM SCHLICHTING, JULYANA SONTAG

Resumo


O presente resumo relata uma experiência de estágio curricular com um grupo terapêutico para mulheres vítimas de violência doméstica, desenvolvido por estagiárias de Psicologia no Serviço Integrado de Saúde (SIS/UNISC), no primeiro semestre de 2011. O grupo, denominado 223Mulheres em Movimento224, contava com encontros semanais, nas segundas-feiras, das 19h às 20h. Para a efetivação desse trabalho formou-se parceria com a Delegacia da Mulher, o Escritório de Defesa dos Direitos da Mulher e o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Santa Cruz do Sul. Desses órgãos vinham os encaminhamentos para o grupo, tendo em vista que não disponibilizam de profissional para realizar o acolhimento, a escuta e o acompanhamento psicológico das mulheres que necessitam, em função do sofrimento ocasionado pela violência, de apoio psicoterapêutico e suporte para as necessárias reflexões e compreensão sobre suas condições de vida. O objetivo foi proporcionar um espaço de escuta, intervenção e apoio para mulheres vítimas de violência praticada pelos seus companheiros agressores, assim como oferecer espaço para potencializar questões subjetivas, realizar atividades de fortalecimento 240dos vínculos familiares, bem como realizar encaminhamentos, quando necessário. Para alcançar os objetivos, foram realizadas atividades sistemáticas de escuta das histórias de vida, utilizando intervenções que proporcionaram relatos de experiências vinculadas às situações de sofrimento e perspectivas de mudanças. Oportunizou-se a reflexão sobre temas pertinentes à condição de vida das mesmas, entre eles, maternidade, identidade feminina, relações parentais, violência doméstica, situação socioeconômica, etc. Além disso, proporcionaram-se orientações/informações que também auxiliaram na ressignificação de suas experiências, promovendo mudanças significativas no modo de construção de uma vida com mais qualidade e no modo de reconhecer e fazer valer seus desejos, interesses e intenções. Ao término das atividades percebeu-se a importância que esse espaço alcançou, pois acolheu angústias e ansiedades de mulheres que se encontravam inundadas por sentimentos ambivalentes em relação à(s) pessoa(s) que lhes causa(m) sofrimento. Ao disponibilizar momentos de diálogos, oportunizou-se o compartilhamento de dúvidas e identificações. Concluiu-se, reafirmando a importância para essas mulheres se saberem escutadas, num livre falar, sem medo dos que lhes impuseram a 223lei do silêncio224. A vivência do grupo contribuiu para a superação de bloqueios subjetivos e deu-lhes mais segurança na condução de seus objetivos de realização pessoal.


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