A FAMÍLIA E OS CONFLITOS FAMILIARES

DULCE GRASEL ZACHARIAS, BRUNA LOPES MARTINS, FERNANDA LEIVAS CORTES, MARISABEL SIMONE WEGNER MEERT

Resumo


Este trabalho visa analisar um caso que estamos atendendo durante o estágio curricular no Serviço Integrado de Saúde (SIS) da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), sendo aprofundado com referencial teórico sistêmico. O caso trata de Maria (os nomes dos integrantes da família, usados neste trabalho, por questões éticas, são fictícios), uma mulher de cinquenta e dois anos, que procurou o serviço, espontaneamente, por sentir necessidade de ajuda e apoio, porque está passando por alguns conflitos familiares com a filha, Madalena, que tenta estipular regras e limites para a mãe, o que mostra uma inversão de papéis. Como Maria discorda da filha, assumindo seu papel de mãe, criam-se conflitos de gerações entre elas. Segundo Kaloustian (2000), a família é o espaço indispensável para a garantia da sobrevivência, do desenvolvimento e da proteção integral dos filhos e demais membros, independente do arranjo familiar ou da forma como vem se estruturando. É, também, em seu interior que se constroem as marcas entre as gerações e são observados os valores culturais. Segundo o autor Vicente, apud Kaloustian (2000), o fato de a família ser um espaço privilegiado de convivência não significa que não haja conflitos nessa esfera. Além disso, segundo esse mesmo autor, existem 223conflitos e tensões224 no decorrer de toda a existência da família. Tais conflitos podem ser manifestos ou latentes. A forma de lidar com os conflitos pode variar de modelos autoritários e intolerantes a democráticos, de respeito pelas diferenças e, mesmo, de valorização da crise, quando o modo preferencial de lidar com as dificuldades é pelo entendimento, pela linguagem, pela conversa, que foi a maneira usada por Maria para resolver os conflitos com a filha. Maria foi casada durante vinte e três anos, desse relacionamento nasceu Madalena, e o casal optou em adotar um menino. Maria está separada há oito anos e, atualmente, tem um novo companheiro. De acordo com Osório (1996), por configurações familiares entendemos o modo como se dispõem e se inter-relacionam os elementos de uma mesma família. Podemos representá-las, graficamente, a partir do genetograma, ou seja, o recurso simbólico que sinaliza as três relações básicas da estrutura familiar: aliança conjugal, filiação e consanguinidade. Em relação ao caso analisado, Maria, quando não conseguiu lidar sozinha com seus conflitos, buscou ajuda, e esse é o primeiro passo que se deve dar em situações com essa. A partir daí, usamos todo o conhecimento aprendido, junto com o referencial teórico, para poder, em conjunto com a paciente, construir estratégias para que ela possa, mais tarde, voltar a ter autonomia sobre a sua vida.


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.