IMPLICAÇÕES DO ENVELHECIMENTO: ALTA DEMANDA NA UTI

MARISTELA SOARES DE REZENDE, ALESSANDRA BARBOSA TORRES STUMPF, DAYANE TAIS DIEHL, SUELEN PEDROSO DE FREITAS, TATIELE DORNELES PEDROSO

Resumo


As ações na área de saúde pública, juntamente com os avanços tecnológicos, proporcionaram o prolongamento da vida e, consequentemente, o aumento do número de pessoas idosas apesar dos múltiplos problemas médicos e doenças crônicas. Dallepiane (2009) afirma que a maioria das doenças que afetam os idosos tem na idade seu principal fator, pois envelhecer sem doença crônica é exceção. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último censo brasileiro, de 2010 (BRASIL, 2010), os idosos representavam 11% da população e, em 2050, representarão 25% do total de brasileiros. Com essa mudança do perfil demográfico, ocorre o aumento das hospitalizações e, principalmente, internações nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), pois as doenças que atingem os idosos exigem cuidados intensivos com tecnologis complexa. Viana (2012) destaca que cerca de 60% dos custos das diárias em UTIs são consumidos por idosos, sendo sete vezes maiores que os consumidos com pacientes mais jovens. Logo, inúmeras questões emergem para reflexões, como o acesso ao serviço de saúde e a formulação de políticas públicas para o idoso. Este estudo, apresentado na disciplina de Enfermagem em Terapia Intensiva, tem como objetivo provocar reflexões quanto às implicações relacionadas ao aumento da população idosa e a utilização dos serviços de saúde, mais especificamente, a UTI. Para a discussão dessa temática, realizou-se uma revisão de literatura, verificando-se que a atenção integral à saúde do idoso carece de intervenções sociais que garantam um envelhecimento saudável e proporcionem o acesso aos diferentes serviços de saúde.Sabe-se que as políticas públicas de saúde têm a finalidade de garantir atenção a toda a população, assegurando a integralidade da assistência, respeitando as diferentes necessidades dos indivíduos e criando condições para a autonomia, integração e participação efetiva do idoso na sociedade. Essas leis, porém, não têm sido eficientemente aplicadas, pois são visíveis as discriminações sofridas pelos idosos, as deficiências no atendimento dos serviços de saúde e a desqualificação profissional. Soma-se a isso que o envelhecimento populacional repercute no aumento de doenças crônicas, de hospitalizações, especialmente, em UTIs, cujos cuidados exigem mais recursos tecnológicos e maior qualificação profissional.Todavia, é percebida uma resistência dos profissionais em saúde quanto à internação de idosos em UTIs. As justificativas para essa postura apoiam-se ora em questões relacionadas a procedimentos invasivos, traumáticos e a baixa imunidade desses sujeitos, ora, fortemente, no fator idade. Para Feijó et al (2008), alguns idosos se recuperam muito bem após os cuidados intensivos, e o fator idade é um critério inapropriado para nortear os tratamentos, devendo essas decisões serem baseadas na capacidade de o paciente se beneficiar.Frente a isso, entende-se como essencial a adequação dos recursos tecnológicos e reorganização da assistência.Urge, também, lembrar que a hospitalização gera insegurança e estresse, sendo esses sentimentos intensificados quando a internação é em UTI, pois a leitura desse espaço, para muitos, é de sofrimento e morte, comprometendo, ainda mais, a recuperação da saúde.Assim, acredita-se que seja preciso, além de planejamento adequado e um investimento na qualificação específica dos profissionais de saúde junto a essa população cada dia mais expressiva nos serviços de saúde,uma maior sensibilização dos profissionais.


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