Introdução: O câncer de mama é a neoplasia maligna mais frequente nas mulheres de todo o mundo. No Brasil, desconsiderando os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais frequente em mulheres de todas as regiões, exceto na região Norte, onde o câncer de colo do útero é o mais incidente. Em 2012, são esperados 52.680 novas casos da doença, com um risco estimado de 52 novos casos a cada 100 mil mulheres. Nesse contexto, o controle dessa doença caracteriza-se como uma prioridade nas políticas públicas de saúde no Brasil e vêm sendo desenvolvidas ações que visam desde programas de detecção precoce do câncer de mama até a estruturação da rede assistencial. Uma dessas ações foi a criação do Sistema de Controle do Câncer de Mama (SISMAMA), que entrou em vigor em 2009, e tem por objetivo criar um banco de dados a partir da informatização das fichas de requisição e dos resultados dos exames mamográficos. Assim sendo, o conhecimento do perfil das pacientes que realizam o exame mamográfico a partir das informações disponíveis no SISMAMA pode ser útil na avaliação dos serviços de saúde, além de poder, também, servir de base para a promoção de ações que visem prevenir a mobimortalidade gerada pelo câncer de mama. Objetivo: No presente trabalho, o objetivo foi determinar o perfil das pacientes que realizam mamografia no município de Santa Cruz do Sul - RS. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal e retrospectivo de análise dos dados das mamografias realizadas no município, de janeiro a dezembro de 2010, a partir das informações do SISMAMA, disponíveis no site do DATASUS. Foram avaliadas informações relativas ao perfil epidemiológico e clínico das pacientes. Resultados: No período, realizaram-se 2.481 mamografias, todas em pacientes do sexo feminino. Em relação à idade, houve predomínio de pacientes na faixa etária entre 50 e 69 anos (59,6%), que é a faixa etária preconizada pelo Ministério da Saúde para a realização do exame mamográfico. Quanto à escolaridade, a maioria dos dados (72,5%) foi dada como ignorada ou em branco. No referente à cor/raça, a maioria dos dados estava sem informação (64,62%). A maioria das pacientes foi classificada como não tendo risco elevado (53,5 %) para câncer de mama, 94,5 % haviam realizado exame clínico anterior, e 61,38% haviam realizado mamografia anterior. Quanto ao intervalo entre a mamografia atual e a anterior, a maioria das informações (38,61%) foi classificada como em branco ou ignorada. Conclusões: Com os resultados, foi possível determinar o perfil das pacientes que realizam mamografia em Santa Cruz do Sul. Além disso, também percebemos o SISMAMA como um instrumento útil na avaliação dos serviços de saúde, que pode servir de base para a promoção de ações que visem prevenir a mobimortalidade gerada pelo câncer de mama. Quanto à omissão de informações, entendemos como necessário um maior comprometimento do profissional que solicita o exame no momento do preenchimento das informações.