Neste estudo, a autora procurou atender sua inquietação acerca do tema que lhe instiga desde o início da vida acadêmica. Assim, com a necessidade de elaborar o Trabalho de Conclusão de Curso, entendeu que foi chegada a hora de explorar o campo da pesquisa de uma forma prazerosa. Foi nessa circunstância que decidiu procurar uma Instituição que abrigasse crianças vítimas de maus tratos e/ou abandono para propor a investigação que deu corpo ao estudo. Como local de pesquisa, escolheu a COPAME (Associação Comunitária Pró-Amparo do Menor), situada no Bairro Bom Jesus, na cidade de Santa Cruz do Sul, cuja missão é: garantir o abrigamento temporário às crianças vítimas de maus tratos ou abandono, contemplando integralmente suas necessidades físicas, materiais, psicológicas e sociais, a fim de lhes despertar novos valores e atitudes para seu pleno desenvolvimento, bem como contribuir para o resgate e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. Portanto, esses aspectos vieram ao encontro dos objetivos da pesquisa e da pesquisadora, que procurou corporificar o trabalho seguindo a metodologia qualitativa, exploratória e descritiva, cujos sujeitos foram os profissionais e cuidadores da Instituição, num total de 25 pessoas, que concordaram participar, livremente, do estudo. Desta maneira, cumpriram-se os objetivos, que seguem. Geral: Questionar, junto à equipe de profissionais da Instituição, por que cada criança foi encaminhada e abrigada. Específicos: Conhecer a proposta de trabalho da Instituição; Desvelar qual a percepção de cada profissional envolvido nos cuidados das crianças acerca do seu trabalho; Investigar a representação dos profissionais acerca da criança institucionalizada. Com esses objetivos encontrou várias respostas para as suas perguntas. Este estudo evidencia que o maior índice de internação das crianças é a desorganização familiar, seguido pela negligência, que, na maioria dos casos, é ocasionada por pais usuários de crack. Destaca-se que as crianças vítimas de violência que são acolhidas têm o maior número de casos de abrigamento na faixa etária de 8 a 12 anos. Como já é possível identificar essa violência em outros âmbitos 226 a escola, por exemplo, está se preparando para identificar isso 226 ela torna-se mais visível, talvez por isso tenha um número maior de acolhimento. Em relação ao gênero, é bem relativo, é um número muito oscilante, sempre bem proporcional. Observa-se, infelizmente, que a criança é violentada justamente pelo pai ou a mãe, pessoas que deveriam cercá-la de amor e carinho, zelar pela sua integridade física e psicológica. Acredita-se na contribuição deste estudo, não apenas em relação à ciência da Enfermagem, porém em outras esferas, como a Medicina, a Psicologia, as Ciências Políticas e Sociais, uma vez que a violência constitui-se em fenômeno amplo, abrangente e de abordagem multidisciplinar e, também, pelo fato de este mesmo estudo trazer contribuições reflexivas sobre a violência.