ORGANIZAÇÃO ANATÔMICA DA ARTÉRIA MENÍNGEA MÉDIA EM HUMANOS 226 ESTUDO MORFOMÉTRICO EM CADÁVERES

DEIVIS DE CAMPOS, HELEN TAIS DA ROSA SILVA, JOEL HENRIQUE ELLWANGER, TALES HARTHMANN DA SILVA

Resumo


A artéria meníngea média (AMM), por ser o maior ramo da artéria maxilar, fornece nutrição ao osso e as meninges. A identificação da organização da AMM é importante para o planejamento de intervenções cirúrgicas e endovasculares na região da base do crânio.240 A sua complexa sequência de desenvolvimento gera oportunidades para variações anatômicas. Alguns autores comentam que essas variações têm sido raramente mencionadas em livros e devem ser considerada no tratamento. Nos traumatismos cranianos, a hemorragia resulta num hematoma extradural que, se não for contido, pode determinar distúrbios neurológicos graves. Devido às variações anatômicas e poucos estudos acerca da temática, os alunos, frequentemente, frustram-se, pois o indivíduo que estão a examinar ou dissecar não corresponde ao atlas ou textos usados. Para este estudo, objetivou-se investigar a organização anatômica da AMM através das medidas ósseas de crânios humanos (n= 50 indivíduos). Seis medidas foram executadas bilateralmente: ângulo do segmento principal, comprimento do segmento principal, ângulo entre o frontal e ramo parietal, comprimento do ramo frontal, comprimento do ramo parietal e comprimento do túnel ósseo. A comparação do ângulo do segmento240 principal mostrou não haver diferença significativa entre o lado direito (87,9 ± 29,4 º C) e esquerdo (87,9 ± 26,4º C) (P = 0,880). Da mesma forma, não foi encontrada diferença significativa no comprimento do segmento principal, entre o lado direito (25,4 ± 13,4 milímetros) e esquerdo (26,0 ± 13,5 milímetros) (P =0,413). A comparação do ângulo entre os ramos frontal e parietal também não revelou qualquer diferença significativa entre o direito (67,2 ± 17,2º) e esquerdo (68,0 ± 05.15º) (P= 0,833). Em relação à comparação do comprimento do ramo frontal, não foi observada significativa diferença entre o direito (65,6 ± 16,3 milímetros) e esquerdo (59,7 ± 13,8 milímetros) (P=0,090). Por outro lado, comparando o comprimento do ramo parietal, foi observada uma diferença significativa entre o lado direito (50,2 ±18,7 milímetros) e o lado esquerdo (60,7 ± 15,6 milímetros) (P=0,003). Além disso, a análise comparando o túnel ósseo não mostrou qualquer diferença expressiva entre o direito (13,6± 7,6 milímetros) e esquerdo (14,9 ± 7,3 milímetros) (P=0,591). O nosso estudo, além de demonstrar importantes parâmetros morfométricos sobre a organização anatômica da AMM, fornece dados sobre o poder da análise desses parâmetros que não são normalmente apresentados na literatura. No entanto, quando se trabalha com um número limitado de sujeitos humanos, esse teste estatístico pode ser usado para avaliar o significado real dos resultados encontrados e, também, como um teste piloto para indicar a variabilidade entre os grupos, tendências, bem como o número necessário de indivíduos para esse tipo de pesquisa. No presente estudo, a análise do poder estatístico variou de 5 a 73%. No entanto, o principal resultado encontrado no nosso estudo foi o do comprimento do ramo parietal, onde se observou uma significativa diferença entre os lados direito e esquerdo. Finalmente, mais do que uma simples descrição morfométricas AMM, nosso estudo fornece informação essencial para o conhecimento detalhado das variações anatômicas, que são de relevância clínica em fraturas do escamoso e parte petrosa do osso temporal e em intervenções cirúrgicas nessas regiões.


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