PROJETO ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA EM PACIENTE ONCOLÓGICO

ANDERSON CESAR DOTTO, DANIELA MORAES, DOUGLAS HENRIQUE SPECHT , SAMUEL ANTONIO PRETTO, TALES HARTHMANN DA SILVA, UYARA ADRIANE DALLA ROSA, VINICIUS DE AGUIAR VIERA, JOSE LUIZ PIAZZA

Resumo


O Projeto de Extensão 223Assistência Odontológica em Pacientes Oncológicos224 da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), possui 5 anos de atuação junto à comunidade de Santa Cruz do Sul e região, possui uma parceria com o COI (Centro de Oncologia Integrada-Hospital Ana Nery). Neste ano, conseguimos uma ótima parceria com o setor de quimioterapia; o setor de radioterapia já era parceiro desde o inicio do projeto. As causas de câncer são variadas, podendo ser externas (meio-ambiente, hábitos e costumes) ou internas (na maioria das vezes geneticamente pré-determinadas ao organismo). O tratamento oncológico pode ser feito por meio de cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea. Em muitos casos, é necessário combinar essas modalidades. A radioterapia e a quimioterapia são formas terapêuticas amplamente utilizadas para o tratamento das neoplasias. Porém, frequentemente resultam em diversas reações indesejadas. Dentre as complicações podemos citar mucosite, candidíase, disgeusia, cárie por radiação, osteorradionecrose, necrose do tecido mole e xerostomia. Ambos os tratamentos afetam de forma significativa a qualidade de vida dos pacientes. O projeto propõe-se a atender os pacientes que irão ingressar no tratamento quimioterápico e/ou radioterápico, bem como os pacientes que já se encontram em tratamento e em manutenção, buscando sempre minimizar as complicações bucais decorrentes do tratamento oncológico, e também orientar os pacientes sobre os possíveis efeitos colaterais deste tratamento na cavidade oral. Este estudo tem caráter descritivo, como prática clínica, os bolsistas atuam semanalmente junto ao COI, realizando triagem de pacientes e agendamento de consultas. O atendimento clínico é realizado junto à Clínica de Odontologia da UNISC, onde os bolsistas, supervisionados pelo coordenador do projeto, realizam procedimentos como profilaxias, raspagem e alisamentos radiculares, restaurações provisórias, restaurações definitivas, exodontias, tratamentos para mucosite e candídiase, bem como orientações sobre as manifestações bucais do tratamento oncológico. Quando o paciente já iniciou a quimioterapia e/ou radioterapia, precisamos respeitar um tempo limite de no mínimo 6 meses para poder realizar procedimentos invasivos como uma simples exodontia, evitando que complicações decorrentes do tratamento oncológico estejam presentes. Tratamentos conservadores, como restaurações, endodontias ou remoções de cálculos dentários são bem toleradas, quando executados com a devida cautela. Após o prazo de 6 meses, os procedimentos cirúrgicos mais invasivos normalmente são liberados pelo médico responsável, mas sempre com cobertura antimicrobiana, antifúngica e num espaço de tempo de aproximadamente 15 dias de uma intervenção a outra. Durante o ano de 2011, no período de janeiro a dezembro foram atendidos inúmeros pacientes, sendo realizados 433 procedimentos. No ano de 2012, entre os meses de março e julho, já foram realizados 256 procedimentos. As atividades deste ano estão em andamento e a equipe atual permanecerá até o mês de dezembro. Portanto, concluímos que é importante a inclusão do cirurgião-dentista na junta médica hospitalar para poder realizar o tratamento odontológico previamente ao tratamento oncológico, a fim de amenizar o desconforto e melhorar a qualidade de vida do paciente, ou mesmo prevenir tais complicações.


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