AVALIAÇÃO DO IMPACTO DE UMA INTERVENÇÃO EDUCATIVA EM GRUPO SOBRE OS FATORES DIETÉTICOS E PERFIL METABÓLICO EM ADULTOS MAIORES DE 50 ANOS COM RISCO PARA SÍNDROME METABÓLICA

ADELINE CAROLINE JOST, AURELIO JOHANN MAIERON, JULIANA HELENA SANTIN, TIAGO DE CARVALHO, FRANCISCA MARIA ASSMANN WICHMANN, NESTOR PEDRO ROOS

Resumo


A síndrome metabólica é um transtorno complexo, representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular, usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina. A modificação do comportamento alimentar inadequado e a perda ponderal, associadas à prática de atividade física regular, são consideradas terapias de primeira escolha para o tratamento da síndrome metabólica, por favorecer a redução da circunferência abdominal e da gordura visceral, melhorar a sensibilidade à insulina e diminuir as concentrações plasmáticas de glicose e triglicérides, aumentar os valores de HDL colesterol e, consequentemente, reduzir os fatores de risco para o desenvolvimento de Diabetes Mellitus do Tipo 2, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares. O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito da intervenção educativa em grupo sobre os fatores dietéticos e perfil metabólico em adultos maiores de 50 anos em risco para síndrome metabólica. Trata-se de um estudo retrospectivo analítico do tipo antes e depois. A partir da observação inicial realizada entre março de 2011 e junho de 2012 no Programa Promoção para o Envelhecimento Saudável: adultos e idosos em risco para Síndrome Metabólica.. A População do estudo foi composta por uma amostra de 60 indivíduos, constituída de adultos e idosos voluntários que apresentassem pelo menos dois dos seguintes critérios: 1. Obesidade abdominal, caracterizada por medidas de circunferência abdominal maior que 102 cm (homens) ou 88 cm (mulheres); 2. Pressão arterial sistólica ≥ 130 mmHg e/ou diastólica ≥ 85 mmHg; 3. Glicemia de jejum ≥ 110 mg/dl; 4. Triglicerídeos séricos ≥ 150 mg/dl; HDL - colesterol sérico menor que 40 mg/dl (homens) e 50 mg/dl (mulheres). A proposta de intervenção se deu por meio de formação de grupos para ação educativa, sendo subdivididos em dois grupos com 30 integrantes cada, seguimento regular, controles periódicos e atendimento de intercorrências e monitoramento nutricional. Comparando-se os resultados iniciais com os pós-intervenção, observou-se uma melhora na qualidade da alimentação, aumentando a ingesta de hortaliças e um fracionamento maior na dieta alimentar. Houve uma redução significante (p < 0,05) nos valores medianos da circunferência abdominal e no índice de massa corporal em ambos os gêneros, apesar do valor mediano destes parâmetros ainda ter permanecido acima das recomendações. Observou-se uma diminuição significativa nos picos glicêmicos e nas crises hipertensivas durante a intervenção, sendo que obteve-se uma redução absoluta de 33%, para aqueles com glicemia superior a 200mg/dl e uma redução em 40% no número de pacientes com pressão moderada e grave. Os resultados dos níveis séricos de triglicerídeos e colesterol total estão sendo realizados pelos participantes. Embora não se tenha obtido no estudo o controle de todos os determinantes de adesão e o controle das doenças, a intervenção se mostrou eficiente. As razões alegadas para as mudanças estão relacionadas com a alimentação e preocupação com a saúde. Renda e escolaridade constituem preditores significativos das mudanças nas práticas alimentares. Destaca-se a necessidade do desenvolvimento de intervenções nutricionais futuras direcionadas à população estudada.


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