AVALIAÇÃO FUNCIONAL PARA A COMUNIDADE: RELATOS DE INTERVENÇÕES COMUNITÁRIAS

CAROLINA KOEHLER, ANGELINA NEVES SELLI, PAULINE LOUISE KELLERMANN KAERCHER, PETERSON REGERT, MIRIAM BEATRIS RECKZIEGEL, HILDEGARD HEDWIG POHL

Resumo


Torna-se cada vez mais comum a presença da obesidade em nossa realidade, já alcançando níveis que a classificam como um problema de saúde pública. A obesidade é capaz de trazer consequências graves ao organismo, predispondo-o a uma série de doenças, entre elas as cardiovasculares e o diabetes mellitus. Nessa perspectiva e, considerando que o incentivo à atividade física e à prática de esportes é um importante componente no combate à obesidade em todos os seus níveis, foi realizada, no dia 1º de setembro de 2011, na Universidade de Santa Cruz do Sul, uma caminhada alusiva ao dia do profissional de Educação Física e a comemoração do aniversário de dez anos do Programa ASAS Qualidade de Vida. O projeto de extensão 223Avaliação Funcional para a Comunidade224 teve participação nesta ação comunitária, através da avaliação antropométrica e cardiovascular dos indivíduos que participaram desta caminhada e que buscaram conhecer sua condição de saúde. O presente relato descritivo tem como objetivo analisar os dados dos participantes desta ação comunitária, para tanto, foram classificados segundo a presença de excesso de peso e a predisposição para doenças cardiovasculares. Foram avaliados 49 sujeitos, sendo vinte do sexo feminino e 29 do masculino, em diferentes faixas etárias, dos 18 aos 72 anos. Os sujeitos passaram pela avaliação antropométrica já citada, que constou de medidas de: estatura, peso corporal, circunferência da cintura (CC) e circunferência do quadril (CQ); e fisiológica de pressão arterial (PA). A partir destes dados, estimou-se o Índice de Massa Corporal (IMC) e Relação Cintura-Quadril (RCQ), classificados respectivamente pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e por HEYWARD (1996), e definiu-se a normalidade dos valores de PA, de acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010). Os dados foram analisados utilizando-se o programa SPSS Statistics versão 18.0, através da estatística descritiva. Dentre os avaliados, 42,9% estavam com o peso na faixa recomendável, enquanto 57,1% possuíam excesso de peso (40,8%, sobrepeso; 16,3% obesidade). Dos 28 sujeitos com excesso de peso, quinze apresentaram níveis alterados da PA. Com relação à RCQ, apenas 6,1% dos sujeitos apresentaram um risco cardiovascular baixo, enquanto 61,2% com risco moderado. Cabe ressaltar que 32,7% foram classificados com risco cardiovascular alto a muito alto. Esses resultados demonstram a estreita relação existente entre a obesidade e o risco cardiovascular. 240Analisando por grupo de sexo observou-se que nas mulheres foi menor o excesso de peso do que nos homens (25% e 79,3%, respectivamente). Do mesmo modo os resultados de RCQ foram mais favoráveis às mulheres (75% com risco moderado). Constatou-se que o predomínio de excesso de peso, obesidade e risco cardiovascular foi mais evidente no sexo masculino. Observou-se, a partir desta intervenção, índices elevados de excesso de peso, pressão arterial e risco cardiovascular. Portanto, estas formas de intervenção contribuem no mapeamento de alterações metabólicas da população além de permitirem ações de promoção à saúde.


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