PERFIL DE PACIENTES EM ATENDIMENTO EM UNIDADE MUNICIPAL DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR

MARTHINA ALICE GRESSLER, RAFAELA SCHEID, LUCIANA SIMON FANFA, SUZANE BEATRIZ FRANTZ KRUG

Resumo


A saúde do trabalhador constitui-se em uma área da saúde que analisa as relações entre trabalho e saúde, objetivando a promoção da saúde do trabalhador; por meio de ações em vigilância e organização e prestação da assistência aos trabalhadores. Os documentos da saúde do trabalhador em análise são os prontuários dos pacientes nas unidades, a Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT) e Relatório Individual de Notificação de Acidente (RINA). A Unidade Municipal de Referência em Saúde do Trabalhador (UMREST) de Santa Cruz do Sul é uma unidade de saúde especializada em atender pacientes que sofreram agravos e/ou acidentes relacionados ao trabalho. Houve reestruturação na unidade nos dois últimos anos, que incluiu nova estrutura física e mudanças de equipe, com contratação de novos profissionais de diferentes áreas 226 equipe multiprofissional ampliada 226 e redistribuição de profissionais dentro do âmbito municipal. O objetivo desse estudo foi traçar o perfil dos pacientes em atendimento na UMREST, os quais tiveram seu primeiro atendimento em 2011 e no primeiro semestre de 2012. Trata-se de um estudo retrospectivo, do tipo documental, cujos dados foram coletados na UMREST nos prontuários de pacientes atualmente em atendimento na unidade; sendo avaliados os campos: sexo, idade, escolaridade, situação do paciente no mercado de trabalho, emissão de RINA ou CAT, uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e tipo de agravo sofrido pelo paciente. Foram avaliados 64 prontuários, dos quais 79,7% (51) são mulheres e 1,5% (1) não estava preenchido no prontuário. A idade mais acometida está entre 41 e 50 com 32,8% (21), seguida de 25% (16) entre 31 e 40 anos, 20,3% (13) entre 51 e 60 anos, 15,6% (10) entre 20 e 30 anos, 4,7% (3) entre 61 e 70, 1,6% (1) não preenchido. A escolaridade dos pacientes está distribuída da seguinte maneira: 37,5% (24) possuem 1° Grau Incompleto, 29,7% (19) possuem 2° Grau Completo, 18,75% (12) 1° Grau Completo, 6,25% (4) possuem 2° Grau Incompleto, 4,7% (3) não preenchido e 3,1% (2) possuem Ensino Superior. Do total, 50% (32) possuem Carteira Assinada, 21,9% (14) desempregados, 12,5% (8) funcionários públicos, 6,25% (4) não preenchido, 4,7% (3) autônomo, 3,1% (2) rural, 1,6% (1) cooperado. Quanto ao tipo de agravo identificamos 71,9% (46) LER/DORT; 14% (9) outros; 7,8% (5) transtorno mental; 4,7% (3) não preenchido; 1,6% (1) intoxicação. Quarenta e dois pacientes faziam uso de EPI no momento do agravo/acidente, correspondente a 65,6% (42), enquanto que 17,2% (11) não faziam uso e 17,2% (11) não estava preenchido. Quanto à presença de notificações, identificamos a emissão de RINA em 71,7% (51), enquanto que apenas 6,26% (4) possuíam CAT. O maior número de agravos relacionados ao trabalho encontrado foi de LER/DORT, resultado já esperado, uma vez que a UMREST é considerada Unidade Sentinela para tal agravo. O maior número de mulheres encontrado, também já esperado, revela que tal agravo relaciona-se a possibilidade de maior procura por atendimento do público feminino e também se relaciona ao tipo de trabalho exercido. Importante salientar que o uso de EPIs fazia-se presente na maioria dos casos, embora não seja conhecida de que estavam sendo usados de maneira correta ou se eram os indicados para a função exercida pelo trabalhador. Como complemento da análise de dados, sugerimos um acompanhamento dos novos pacientes em atendimento na unidade, no intuito de verificar a resolutividade das melhorias ocorridas na unidade.


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