O USO DE MEDICAMENTOS E SUPLEMENTOS NA GESTAÇÃO
Resumo
No período gestacional, o feto recebe do organismo materno todos os nutrientes essenciais para a sua sobrevivência, com isso ocorre uma concentração desses em seu organismo. Porém, como a placenta não é uma barreira seletiva e, sabendo que o organismo do feto não é desenvolvido como o de um adulto, o mesmo pode acabar recebendo substâncias que podem ser prejudiciais, como alguns dos medicamentos utilizados pela gestante, os quais podem implicar em consequências graves, como a má-formação. Os fármacos encontram-se agrupados em categorias que vão desde os mais leves até aqueles que estão contraindicados no período gestacional. Desta forma, cabe aos profissionais de saúde avaliar que tipo de medicamento é o mais apropriado para o organismo de cada gestante. É comum, nos dias de hoje, as gestantes receberem prescrições de suplementação e vitaminas como medidas profiláticas, mas também é indicado para algumas mulheres medicamentos para o uso terapêutico no período gestacional, devido a alguma patologia apresentada pela mesma. O Projeto de extensão e pesquisa, Atenção á Saúde da Criança e do Adolescente (PASCA), da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), reforça essa discussão, no ambiente hospitalar. Assim, este estudo tem como objetivo identificar quantas das puérperas participantes do projeto e internadas pelo Sistema Único de Saúde em maternidades de dois hospitais do Vale do Rio Pardo e Taquari, no Estado do Rio Grande do Sul, no período de abril a julho de 2012, fizeram uso de medicamentos ou suplementos durante a gestação, bem como quais foram os motivos deste uso. Para tanto, como integrantes do PASCA, utilizou-se, para coleta dos dados, o formulário do próprio Projeto, que além de nortear as ações de educação em saúde, procura perfilar os seus usuários. Cabe ressaltar que este projeto, foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNISC, sob o protocolo número 2782/11 e todas as mulheres investigadas aceitaram, livremente, participar da pesquisa, bem como assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Contudo, aquelas que não apresentavam condições para participação na investigação, por estarem amamentando ou prestando cuidados ao recém-nascido, puderam se beneficiar com as discussões e informações que ocorreram nas enfermarias e usufruir as demais ações de extensão desse projeto. Os resultados apontaram que, dentre as 107 puérperas investigadas, 20 (18,69%) relataram não ter utilizado medicamentos e suplementos durante a gestação, porém 87 (81,31%) fizeram uso dos mesmos e destes, 56 (52,33%) utilizaram sulfato ferroso e ácido fólico como suplementação, 12 (11,22%), complemento vitamínico, 19 (17,76%) afirmaram ter feito uso de outros medicamentos na gestação. Entre as justificativas do uso de medicamentos pontuadas, estão aquelas relacionadas ao tratamento da hipertensão arterial, às infecções, à depressão, à anemia, às náuseas e vômitos. O uso de medicamentos na gestação merece especial atenção pelos riscos potenciais ao feto em desenvolvimento, devendo ser, por princípio, evitada. A gravidez é uma ocasião especial e a exposição a riscos afeta dois organismos. Os efeitos sobre o feto dependem do fármaco ou substância, do período gestacional, da frequência e da dose utilizada. Portanto, o acompanhamento e a avaliação dos profissionais da saúde são de extrema importância, em especial do médico e do enfermeiro responsáveis pelo pré-natal.
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