PERSPECTIVAS DAS ALUNAS DO CURSO DE MEDICINA SOBRE A ATENÇÃO BÁSICA NAS CIDADES DE NOVA LACERDA E PORTO ALEGRE

CLAUCEANE VENZKE ZELL, JESSICA CHAVES, PATRICIA MICHELI TABILE

Resumo


Introdução: O Programa VER-SUS (Vivência e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde) é um projeto desenvolvido pelo Ministério da Saúde em conjunto com as entidades estudantis dos cursos da área da saúde e as secretarias municipais de saúde, com o objetivo de oferecer a estudantes universitários vivências e estágios no Sistema Único de Saúde. Objetivos: Relatar a experiência das estudantes de Medicina nesse projeto a partir de uma abordagem comparativa das experiências vivenciadas na rotina da atenção básica em Nova Lacerda, Mato Grosso (MT), com as vivências em Porto Alegre, Rio Grande do Sul (RS), a fim de corroborá-las com o referencial teórico da área da saúde coletiva bem como identificar possíveis falhas na dinâmica dessas unidades. Metodologia: A análise foi de natureza qualitativa, de delineamento descritivo observacional, acerca de um relato de experiência comparativo. A comparação das vivências teve como principal objeto de análise a atenção básica a partir do Programa de Saúde da Família I Dercides Dias de Moraes (PSF I) e da Programa de Saúde da Família II Nanci Aparecida Dorigan Arriais (PSF II), do MT, no período de 23 de julho e 27 de julho de 2012, em relação à Estratégia de Saúde da Família Ponta Grossa (ESF I) e Estratégia de Saúde da Família Núcleo Esperança (ESF II), do RS, no período de 25 de janeiro até dia 06 de fevereiro de 2013. Para isso, escolheram-se alguns requisitos básicos da atenção primária para observar a ocorrência ou não dos mesmos. Resultados e Discussão: Em relação à composição das equipes, notaram-se diferenças entre as próprias PSFs e ESFs a respeito dos profissionais que deveriam compor a equipe multidisciplinar, preconizada pelo Ministério da Saúde, apresentando falta de alguns profissionais. A respeito das questões que tangem o acolhimento, percebeu-se divergências entre a prática e a teoria do tema. Nos PSF I e PSF II há a realização do acolhimento, dentro dos parâmetros preconizados pela Política Nacional de Humanização, bem como na ESF II. Enquanto que, na ESF I, o acolhimento que é realizado não cumpre os princípios que regem a teoria do acolhimento, considerando-o como sinônimo de triagem. A dispensação dos medicamentos se dá de forma diferente nas duas cidades analisadas. Em Nova Lacerda, o usuário consegue a receita do medicamento na unidade de saúde e o retira na Farmácia Municipal. Enquanto que nas ESF I e ESF II há o fornecimento de medicamentos nas próprias unidades de saúde, exceto os medicamentos controlados que são adquiridos na Farmácia Distrital. Observa-se a presença de grupos de hipertensos e diabéticos (HIPERDIA) nas unidades visitadas. A PSF I propicia encontros mensais do grupo unidade, enquanto que a PSF II, realiza esses encontros semanalmente. Na ESF I, realiza-se quinzenalmente encontros do grupo. Já a ESF II realiza encontros semanais e observa-se maior adesão dessa população ao HIPERDIA em relação à da ESF I. As atividades do grupo consistem em explicações simples e claras sobre as patologias crônicas, hipertensão arterial e diabetes mellitus. Conclusão: Assim, entendem-se as características distintas entre as cidades, por serem de regiões, estados, portes e realidades diferentes. Por isso, apesar de buscarem objetivos comuns para resultados positivos, perceberam-se diferentes formas de se trabalhar com os princípios da atenção básica em cada município.


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