PROJETO EQUOTERAPIA - CTG CANDEEIRO DA AMIZADE

ELISA MARIA BURIN LANGE, ANGELO HOFF

Resumo


A Equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais. O projeto tem como principais objetivos atender a comunidade de pessoas com deficiências e/ou necessidades especiais que se adaptam à Equoterapia, melhorar a sua qualidade de vida, conquistar maior independência nos hábitos de vida diária, aumentar a autoestima e facilitar a integração social. O projeto de Equoterapia é realizado no CTG Candeeiro da Amizade, em Vera Cruz - RS, nas segundas e sextas-feiras à tarde, das 13h às 17 h. Participam como voluntárias 20 pessoas da comunidade, dentre elas: uma fisioterapeuta, uma fonoaudióloga, duas instrutoras de equitação e uma pedagoga. São 45 praticantes com idades entre 03 e 60 anos com diversas patologias, que vão desde limitações físicas leves até lesões neurológicas graves como: epilepsia, deficiência visual, acidente vascular encefálico, síndrome de down, paralisia cerebral, quadros neurodegenerativos, mielomelingocele, hemiplegias, transtornos invasivos do desenvolvimento, autistas, microcefalia e anoxia neonatal. Além de Vera Cruz, os praticantes vêm de diversos municípios da região, como Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Vale do Sol, Vale Verde e Venâncio Aires. Os praticantes são indicados para a equoterapia por um médico, normalmente um neurologista. São utilizados quatro cavalos e a terapia é realizada na pista de areia ou no campo, com duração de 30 minutos. Durante a montaria são feitos alongamentos, exercícios com bola ou bambolês, brincadeiras, e trocas de posições. O praticante é sempre incentivado a manter contato com o animal. Em casos especiais, é necessário que se faça a montaria dupla. Conseguimos observar logo nas primeiras sessões os benefícios da prática. Resultados físicos e psicológicos são vistos e relatados pelos pais e voluntários como: aumento de força muscular, ajustes tônicos, ganhos de equilíbrio, postura, flexibilidade, lateralidade, noção espaço-corporal e temporal, atenção e memória, coordenação motora global e fina, aquisições a nível de linguagem, bem como a integração social, além do vínculo criado entre praticantes/familiares e a equipe de voluntários. Baseado nos resultados, podemos concluir que a equoterapia é muito bem aceita. Por ser junto à natureza e com animais mansos e treinados, torna-se uma terapia mais "leve" e prazerosa de ser realizada. É uma prática que, sem dúvidas, traz benefícios físicos, psicológicos e educacionais às pessoas portadoras de deficiência e necessidades especiais.


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