REPERCUSSÕES ÁLGICAS DO FAZER FISIOTERAPÊUTICO NOS ESTAGIÁRIOS DA CLÍNICA FISIOUNISC.

TAIS BORGES, PATRICIA OLIVEIRA ROVEDA

Resumo


Introdução: O fisioterapeuta é um profissional que tem como principal instrumento de trabalho o seu próprio corpo, o qual, muitas vezes, é utilizado em situações de sobrecarga, seja pela realização inadequada de movimentos ou durante o trabalho com pacientes dependentes (SOUZA, FRAGA; SAMPAIO, 2005). Durante o exercício da profissão, várias são as atividades desenvolvidas que os levam a adotar posturas de trabalho que põem em risco a sua saúde, Medeiros Neto; Câmara; Germana (2002) encontraram alta incidência de relatos de dor, especialmente na atuação em neurologia. Um dos estágios supervisionado em fisioterapia do Curso de Fisioterapia UNISC ocorre na clínica Fisiounisc, onde os estagiários utilizam diferentes recursos, prestando atendimento à comunidade em solo e em imersão (hidroterapia). São meios diferenciados, com exigências diferentes de esforço físico, pois no meio líquido além de a temperatura da água ser aquecida e promover relaxamento e analgesia, existe o empuxo, que gera alívio de peso corporal facilitando os manuseios de pacientes de grande porte ou com tônus muscular aumentado (SILVA; BRANCO, 2011). Objetivo: o presente estudo teve como objetivo comparar o nível de dor referida pelos estagiários de Fisioterapia nos seus dois ambientes de atuação, solo e água. Metodologia: Este estudo é do tipo quanti-qualitativo, cuja amostra foi composta por 12 estagiários de Fisioterapia da Clínica Escola FisioUNISC, 9 do sexo feminino, com idade entre 22 e 44 anos no período de março a junho de 2013. Foi elaborado um questionário contendo dados sobre o nível de dor através da escala analógica visual de dor (EVA), o local da dor e em qual ambiente de atuação havia presença de algias musculoesqueléticas e qual o tipo de paciente exigia maior esforço físico. Os dados obtidos na EVA foram tabulados no Excel e convertidos para porcentagem simples. Resultados: Um estagiário apresenta osteoartrose de quadril e hérnia de disco, o restante não possui nenhum diagnóstico. Para 75% dos estagiários os pacientes que exigem maiores esforços físicos são os pacientes com desordens de origem neurológica, os locais mais álgicos relatados foram a coluna lombar e cervical. Quanto ao nível de dor, 100% refere dor em algum momento após o atendimento em solo, enquanto após a sessão de hidroterapia 50% deles menciona sentir dor. Nos dois ambientes é prioritariamente na coluna vertebral. No solo 33% - EVA 5, 25% - EVA 4, 17% - EVA 7, 17% - EVA 3 e 8% - EVA 6. Já durante a imersão 42% dos estagiários não relataram dor, 8% - EVA 3, 8% - EVA 4, 34% - Eva 5 e 8,% - EVA 7. Conclusão: Conclui-se que durante a atuação fisioterapêutica no solo 100% referiu algia e a dor mencionada foi mais intensa, ou seja, o meio líquido aquecido minimiza os efeitos da gravidade facilitando manuseios e gerando menor nível de dor pós-atendimento, uma vez que relaxa e reduz tensões. Neste contexto percebe-se a necessidade urgente do autocuidado, afinal estes estagiários não ingressaram na vida profissional e já apresentam queixas relevantes que podem prejudicar o fazer fisioterapêutico.


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