DIAGNÓSTICO DE DEGRADAÇÃO DA MATA CILIAR EM BALNEÁRIO DO RIO JACUÍ, RIO PARDO - RS.

MARISA TEREZINHA LOPES PUTZKE, ALESSANDRA DE OLIVEIRA MACHADO, ROSANE DA SILVA JORDAN

Resumo


A mata ciliar é a vegetação que acompanha e protege os cursos de água, mantendo a qualidade da água, formando uma barreira natural, funcionando como tampão, filtro, evitando o assoreamento dos rios e abrigando a biodiversidade do ecossistema aquático e terrestre. O presente trabalho foi realizado no balneário Porto das Mesas localizado no 6° distrito (João Rodrigues), no município de Rio Pardo, RS. A área abrangida pelo levantamento teve 1 km de extensão com 200m de largura, na margem esquerda do Rio Jacuí. Objetivou-se diagnosticar de maneira quantitativa o número de residências em situação irregular na área protegida pelas normas reguladoras, a fim de se acumular dados para futuras comparações e identificar as espécies arbóreas de uma das margens onde se observa maior presença populacional devido às áreas de laser e as práticas agrícola e pecuária. Para delimitar a extensão da área de abrangência da pesquisa foram utilizados medidor e totalizador de distâncias com rodas Vonder®. Ocorreu a quantificação das construções ao longo do trajeto, assim como a identificação das espécies de árvores pelo método caminhamento. Foram encontradas um total de 80 casas dentro da área de preservação, não respeitando o limite estabelecido pelo Código Florestal Brasileiro. Além da ocupação irregular, outros problemas foram diagnosticados como a falta de controle quanto ao tamanho dos lotes, o escoamento de esgoto sem tratamento para dentro do rio nos locais onde foi possível o acesso e descarte irregular de lixo. O balneário conta com uma flora rica sendo identificadas durante as incursões à área de estudo 88 espécies, distribuídas em 33 famílias botânicas. As Famílias mais abundantes foram Leguminosae com 17 espécies, Myrtaceae com 8 e Moraceae com 6 espécies. Além dos impactos causados pelas construções na área verificou também a presença de várias espécies exóticas, dentre elas, Pinus elliottii, Pinus taeda, Casuarina equisetifolia, Melia azedarach (cinamomo), Tecoma stans (amarelinho), Hovenia dulcis (uva do japão), Cassia mangium , Eriobothrya japonica (nêspera) e Ligustrum japonicum (alfeneiro), indicando a influência da ação antrópica sobre a vegetação nativa. Estas espécies exóticas quando introduzidas no ambiente, elas se adaptam e ocupam agressivamente o espaço das espécies nativas, produzindo desequilíbrios muitas vezes irreversíveis. Diante do quadro encontrado faz-se necessária uma intervenção dos órgãos competentes para regularizar a situação, a fim de permitir a regeneração natural da vegetação. Programas de educação ambiental , de sensibilização e conscientização da população também ser implantados, bem como um plano de recuperação para as áreas mais degradadas. Faz-se necessária uma fiscalização mais eficiente destas áreas, assim como a mobilização das autoridades competentes a fim impedir que novas áreas venham a ser ocupadas no balneário.


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