ESTADO NUTRICIONAL DE UMA AMOSTRA DE ALUNOS MATRICULADOS EM UMA ESCOLA DA REDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DO SUL
Resumo
Introdução: a Organização Mundial de Saúde (OMS), desde 1997, classifica a obesidade como uma doença, com graves consequências; dentre elas as infecções respiratórias, hipertensão, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, câncer estrogênico, depressão. Em contraponto, temos o déficit de peso, que interfere negativamente no desenvolvimento mental das crianças. Uma importante ferramenta para determinação do estado nutricional é o Índice de Massa Corporal (IMC), onde se divide o peso do indivíduo pela altura ao quadrado e, de acordo com o resultado em Kg/m², classifica-se o individuo em desnutrido, eutrófico, sobrepeso ou obesidade. Objetivo: classificar o estado nutricional, de uma amostra de estudantes do ensino fundamental, com idades entre 5 e 8 anos, de uma escola da rede pública do município de Santa Cruz do Sul, segundo o gênero. Metodologia: foi realizada avaliação antropométrica através da medição de peso e altura para determinação do IMC. A avaliação foi realizada por estagiárias do curso de nutrição, durante a disciplina de Estágio de Nutrição em Ambiente Escolar, no mês de março de 2013. A amostra foi composta por alunos do ensino fundamental, integrantes das turmas, Pré-escola A e B, 2º ano A, B e C, totalizando 80 alunos da Escola de Ensino Fundamental Bom Jesus. A tabela de IMC para idades para crianças de 5 a 18 anos de idade da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2007) foi utilizada para classificação do estado nutricional. Resultados: dos 80 alunos avaliados, 44 (55%) eram meninos e 36 (45%) meninas. Na totalidade 45 (56,2%) foram classificados como eutróficos, 18 (22,5%) com sobrepeso, 14 (17,5%) como obesos e 3 (3,8%) como desnutridos. A amostra apresentou idade média de 6 anos e 8 meses, com idade mínima de 6 anos e 1 mês, e idade máxima de 7 anos e 11 meses. Discussão: segundo as pesquisas de orçamentos familiares (POF) de 2008-2009, realizadas pelo Ministério da Saúde (MS) em parceria com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as crianças brasileiras de 5 a 9 anos apresentaram redução nas taxas de déficit de peso e elevação das taxas de sobrepeso e obesidade. Na pesquisa da POF 2008-2009, 33,5 % das crianças de cinco a nove anos apresentavam sobrepeso, sendo que em nossa amostra foi registrada uma taxa menor de sobrepeso (22,5%). Segundo dados da POF, 11,8% das meninas na idade de 5 a 9 anos eram obesas, enquanto que 16,6% dos meninos eram obesos. Situação diferente foi registrada neste estudo. Encontrou-se um percentual maior de meninas obesas, uma vez que 25% eram meninas e 11,40% eram meninos. Estes resultados apontaram índices menores de déficit de peso para meninos (3,75%), comparados à classificação dos meninos brasileiros de 5 a 9 anos (4,3%). Neste estudo não foi encontrado déficit de peso para as meninas, enquanto que no Brasil foi registrado déficit de peso para meninas de 3,9%. Conclusão: a avaliação do estado nutricional dos escolares do presente estudo mostrou percentagem elevada de excesso de peso. Este dado torna-se preocupante, uma vez que esses escolares podem vir a desenvolver doenças associadas ao excesso de peso, permanentes para suas vidas, tais como diabetes tipo 2 e hipertensão, assim como os que apresentaram déficit de peso podem estar em risco de desenvolver deficiências nutricionais de micronutrientes.
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