RELAÇÃO DO PERCENTUAL DE GORDURA E CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO: ESTUDO COM ATLETAS DE FUTEBOL DO INTERIOR DO ESTADO DO RS.

PETERSON LUIZ REGERT, CAROLINA KOEHLER, MARCOS VINICIOS JACOBS, MIRIAM BEATRIS RECKZIEGEL, HILDEGARD HEDWIG POHL

Resumo


O consumo máximo de oxigênio (VO2max) está sendo uma das variáveis mais estudadas no futebol. Muitos estudos demonstram, através de mensurações diretas e indiretas, tratar-se uma variável indispensável para aprimorar a aptidão física, fundamerntal em competições de alto nível. Por outro lado, também o percentual de gordura (%G) é uma variável integrante da aptidão física. Cabe ressaltar que os níveis de aptidão física podem ter influência na recuperação mais rápida dos esforços intensos, característicos do jogo. Diante destas questões, o presente estudo teve como objetivo analisar a correlação do percentual de gordura (%G) com o Consumo Máximo de Oxigênio (VO2max) de jogadores de futebol de duas equipes do interior do Rio Grande do Sul, que disputam as séries A e B do campeonato estadual, categoria profissional. Trata-se de um estudo transveral comparativo realizado com parte dos usuários do projeto de extensão Avaliação Funcional para a Comunidade, desenvolvido no Laboratório de Atividade Física e Saúde (LAFISA). Foram sujeitos desse estudo 55 atletas do sexo masculino, de diferentes posições no futebol, divididos em dois grupos: grupo A da primeira divisão e grupo B da segunda divisão, com idade média geral de 24,9 ±4,9 anos (24,10 ±4,86 anos no grupo A e 24,36 ±5,20 anos grupo B). As variáveis avaliadas foram: %G através de equação preditiva de Jackson e Pollock, utilizando sete dobras cutâneas; e o VO2max obtido por teste incremental de esforço pelo Protocolo de Bruce, em esteira ergométrica, com o uso de analisador de gases VO2000. Os dados foram analisados pela estatística descritiva, de média e desvio padrão, para caracterizar o grupo avaliado e pelo teste de correlação de Pearson, para relacionar as variáveis, pelo pacote estatístico SPSS for Windows, versão 20.0, considerando o nível de significância p<0,05. Os resultados indicam índices de aptidão física superiores no grupo A, com 46,7% classificados com capacidade cardiorrespiratória (VO2máx) "boa", quando comparado com o grupo B, que apresentou 41,7% com classificação "fraca"; diferenças estas também observadas nos valores de %G, com 90% dos atletas do grupo A e 60% do grupo B, com classificação "boa". Quando analisados o %G e VO2máx de cada grupo, os dados demonstram uma associação inversa e regular nos dois grupos (A: r = -0,475; B: r = -0,449), ambas estatisticamente significativas (p =,008 e p =,028, respectivamente para equipes A e B). Os resultados apontam uma relação inversa entre as variáveis analisadas (%G e VO2máx), indicando que, quanto maior os valores de %G, menor os valores de VO2max. apresentados pelos atletas das duas equipes. Como se pode observar, embora os atletas tenham apresentado faixas de idade semelhantes, os resultados indicaram uma melhor aptidão física dos atletas do grupo A. Não obstante essas diferenças, em ambos os grupos foi identificada relação entre as variáveis analisadas, indicando a influência da gordura corporal na capacidade cardiorrespiratória.


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